Sunday, July 29, 2007

Olá de novo, gente do domingo! em pleno frio de inverno, que muito me agrada, saudações do Louco!

Sim, sim, sim!!!! Terminei! Paguem todos um pau, pq eu terminei!!! Com direito a ainda cortar umas últimas arestas (tive que refazer um pedacinho, eu tinha esquecido dos visores do Zero ^^'), mas terminei! Garanto pra vcs, Christie chegou a um fim! E digo, ao menos pro meu gosto, que foi um fim bem legal #^^#

Alguns amigos e amigas tinham visto um rascunho do final tem algum tempo. Bem, eu tentei respeitar aquele pedaço, tanto quanto deu. Espero que todos os leitores, caso ainda haja algum #^^# curtam quando chegarem lá.

Sem mais embaçar, vamos adiante. Forte amplexo do Louco!

Ah, e um PS: Acreditando que meu amigo Akira não reclamaria da publicidade, vou refazer o convite caso alguém queira comentar algo da história. Já fiz isso antes, já pus link pra comentários aqui e ninguém nunca usou, mas *dando de ombros* já q estamos perto do final, e muito tempo passou... Bom, se alguém quiser dizer algo da história, ódios e amores, é só clicar no link, acho...

http://akirakun.blogspot.com/

Ou então recortar esse endereço e nos visitar na Writer's House. Lá ainda tem um sistema de comments funcionando, valeu? ^^

Tá, agora chega de embaçar, mesmo!

(...)

_ É óbvio que a estou mantendo adormecida, seu imbecil – o mestre das sombras retrucou, parecendo sensivelmente irritado – Christabel ainda é muito poderosa para meras contenções... mas parece ter afinal baixado o bastante suas defesas para que uma amiga a mantivesse dormindo, não?

_ Aí ô fumaça, vou te fazer uma proposta – Zero debateu-se, parecendo na iminência de ficar de pé – Libera as três agora... e pode ir embora daqui andando.

_ Caso contrário...?

_ Você morre – Zero encarou o outro – Simples desse jeito.

_ Entendo – mas a voz do sombrio deixava claro seu descaso – Então, acho que seria prudente de minha parte fazer o que diz, não?

_ Faça o que fizer, apresse-se – Daniel rebateu, também encarando o líder dos invasores – Encerre seus assuntos conosco e certifique-se de nossa morte... Porque, se eu conseguir me libertar, vou me certificar da sua!

_ Ah, claro... – o vulto sombrio pareceu caminhar até Daniel e encará-lo de volta – Reconheço seu espírito. Foi você quem me interrompeu na Cidade Sucata, não? Uniu-se aos Religiosos e libertou as almas de todos. Você não se desespera...!

_ Assim como não creio que nossa Melissa se voltaria contra nós! O que fez a ela, desgraçado?

_ Melhor dizer, o que ela fez a si mesma – o riso frio se fez ouvir novamente – Entende, todo aquele que dedica sua mente e alma a estudar a magia negra e controlar sua força é, potencialmente, um veículo meu, para usar a qualquer momento que deseje. Desde meu ataque à sua pequena cidade eu fiz contato com a alma de sua companheira, e apenas tive que acessá-la quando assim desejei.

_ Foi como nos encontrou, então – murmurou Freya – Mesmo depois de termos vindo sob a terra, usando o Vagonete.

_ Eu nem sequer os perdi! Apenas precisei de tempo para me refazer, depois de minha investida infrutífera em sua cidade. O que me lembra, cavaleiro... Devo a você.

Sob a névoa sombria, todos perceberam que ele gesticulara e erguera a mão para manter Sari cativa, enquanto Melissa deixava de emanar o vapor de sua mão e voltava-se para Daniel, as pontas dos dedos brilhando na iminência de uma Bala de Canhão.

_ Seus demais companheiros, a jovem maga inclusa, podem encontrar seu fim quando eu tiver restaurado o verdadeiro ser de sua companheira vampira, sem humanidade ou morais que a impeçam de se alimentar de qualquer ser vivo ao seu alcance... mas você merece algo especial. Vejamos se sua grande confiança sobreviverá quando for morto por aquela a quem mais ama.

_ Bléu, bléu bléu – Maddock suspirou – O clássico discurso do vilão. É um clássico, mas enche o saco.

_ Pára de fazer gracinha, seu idiota! – Freya bronqueou – Não tá vendo que isso é sério?

_ Tá, Tata, eu sei... É sério, e também é a hora da gente fugir. Melhor se preparar.

_ Idiota, acha que vocês vão escapar de mim? – a sombra perguntou, voltando-se e aproximando-se de Maddock – Christabel está adormecida, a vampira vai matá-los e estão todos imobilizados! Que milagre espera que venha em seu auxílio?

Uma poderosa Bala de Canhão atingiu a sombra por trás e a lançou contra a parede e para fora da casa de Maddock, que sorriu com ar maroto.

_ É, esse tá de bom tamanho. Oi Li!

_ Todos de pé, agora! – Melissa gesticulou com a mão direita, as cordas de todos pegando fogo e rompendo-se. Ela então acenou com a mão esquerda, as duas pistolas voando para as mãos de Zero, a metralhadora para Maddock, os braços da armadura de Dragonesa para Freya e a lança dupla para Daniel, que ficou de pé e beijou Melissa.

_ Bem vinda de volta, querida.

_ Vamos conversar depois, Dan – ela pediu, vendo os vultos sombrios avançarem sobre eles – Não posso com todos sozinha.

_ E não precisará, Melissa – Laírton ergueu seu crucifixo, acenando para o lado – Almas perdidas, afogadas em autopiedade, deixem este lugar!

Um brilho intenso emanou do crucifixo através do Irmão por um momento, e as figuras humanas com armas pareceram sopradas por um vento silencioso até se desfazerem por completo, incapazes de resistir àquele comando. Mas Maddock voltou-se para a fenda na parede e ergueu sua metralhadora, chamando:

_ Atenção turma, ele tá voltando!

O mestre das sombras entrou pela fenda como se fosse um furacão de trevas, irrompendo sobre todos agora na forma de uma criatura muito maior, rosnando e estendendo suas garras na direção de Christabel.

Laírton voltou para ele seu crucifixo cintilante, Freya sacou as duas pistolas nos pulsos de suas braçadeiras e abriu fogo simultaneamente com Maddock, de metralhadora erguida e concentração pura em seu rosto. Próximos à escadaria e diante de Sari, Melissa e Daniel se entreolharam; então, a maga agarrou a mão do cavaleiro e ele arremessou a lança dupla contra a sombra.

Com um último urro, a criatura sombria explodiu como um balão, vestígios de vapor escuro espalhando-se por toda a parte e seu corpo principal tombava no soalho, uma massa disforme de escuridão. Maddock manteve a metralhadora apontada e os demais se aproximaram devagar, parecendo esperar alguma última reação.

_ Será que isso morreu?

_ Receio que não, amigo Maddock – Laírton respondeu, acenando a cabeça e caminhando até a massa disforme com o crucifixo erguido em sua mão – Uma criatura tão antiga e poderosa não seria tão facilmente destruída; acredito que apenas o tenhamos banido uma segunda vez.

_ E havemos de baní-lo quantas vezes retornar – Daniel replicou com ar austero, recuperando a lança dupla e ainda de mãos dadas com Melissa. E a moça parecia encabulada.

_ Pessoal, me desculpem. Eu conseguia ver e ouvir tudo o que estava acontecendo, mas não conseguia impedir.

_ Falar nisso, Mel – Zero perguntou, tentando despertar Christabel – como foi que isso aconteceu? Você lembra?

_ N-não – ela baixou os olhos – Foi como se eu estivesse sonhando o tempo todo, incapaz de influenciar o que acontecia. Apenas quando escutei aquela voz fria me mandando matar Daniel, e percebi que ia mesmo fazer aquilo, que eu consegui despertar.

_ Sem dúvida, deve ter sido pelo forte sentimento que une vocês dois – Laírton declarou solenemente, deixando aos dois encabulados. Mas Freya tinha uma outra teoria.

_ Pode ter sido porque Melissa não é apenas uma feiticeira. Lembrem, ele disse ‘aqueles que dedicam mente e alma para estudar a magia’. Melissa também está estudando artefatos, escavação e mecânica; talvez essa sombra não possa dominar por completo alguém como ela.

_ Ah, vocês adoram fazer drama e complicar o que tá fácil – replicou Maddock, despertando Sari – A Melissa despertou e salvou a gente porque o sombra tinha terminado o discurso dele. Todo mundo sabe que o vilão sempre se ferra depois do discurso.

Enquanto os demais dirigiam ao anfitrião olhares exasperados, divertidos e incrédulos, Zero sorriu carinhosamente para Melissa e respondeu:

_ É um pouco do que todo mundo falou, acho. No final, se resume numa coisa só. Não importa o que escolha ser, a minha ‘irmãzinha’ sempre está lá dentro. E não tem sem-vergonha das trevas que possa com ela.

Corando violentamente, Melissa olhou para o amigo e sorriu de volta, comovida demais para dizer qualquer coisa. Sempre o mesmo Zero, que insistira com Seu Dirceu para que ela ficasse estudando com eles na Sucata, capaz de ver na moça curiosa uma pessoa confiável, pouco importando quem ela era fora dali. Mas Laírton, encaminhando-se depressa na direção da Rainha, interrompeu o momento:

_ Sugiro que nos apressemos. Christabel já deveria ter despertado a esta altura, e se não o fez, é porque nosso inimigo ainda não se retirou. Não podemos permanecer aqui.

_ Tudo bem, Laírton, temos uma saída pra isso. Mad, o que você acha?

_ Peguem as coisas de que precisam nos seus quartos, que eu vou separar comida pra viagem – Maddock comandou – Todo mundo, encontra com o Zero ali fora. Zero, pra garagem! Sari, e você? Consegue ficar de pé?

_ N-não se preocupe... comigo.

Mas Sari vacilou e quase caiu, enfraquecida pelo ataque das sombras. Sustentando a moça, Maddock replicou:

_ Melhor eu me preocupar, só um pouquinho. Anda, vem comigo...

Sunday, July 22, 2007

Olá, pessoas blogueiras desse mundo e dos outros. Mais uma vez, Ainda admirado com a lentidão das letras em aparecerem, saudações do Louco!

Percebo que dessa vez eu fiz uma caca. Interrompi o último capítulo no finalzinho, e sendo assim, não vou me limitar a postar só o que falta pra terminar esse, já vou começar o próximo também. Desculpem, acho que eu não tava com muita cabeça pra posts na semana passada.

Mas sigamos em frente, que eu tô à beira do fim!!! Posso dizer com segurança que já fiz três quartos do último capítulo da Christie, e é mesmo uma pena não ter terminado ainda. Ah, bem, o dia ainda tá longe do final, né?

Forte amplexo do Louco, e espero que estejam curtindo. Ah, e Christabel vai até o capítulo cinquenta e... pera um pouco... Cinquenta e quatro, acho. Mais ou menos isso ^^

(...)

Passado o momento, os vultos sombrios tornaram a investir sobre o par no meio do salão. Sari empunhou a katana com as duas mãos e moveu-se depressa, tão depressa quanto podia com seu corpo de vampira, muito mais rápido do que qualquer ser humano seria capaz, destruindo seus seis agressores no que pareceu um único movimento, enquanto às suas costas, Hermes Maddock tornava a abrir fogo com sua metralhadora giratória, varrendo o flanco direito.

Livrou a mão esquerda num movimento rápido e sacou da cintura um martelo de mecânico preso numa longa tira de couro, atirando-o contra o atacante mais à sua esquerda e puxando a arma de volta, recuando um passo. Foi impossível não ser golpeado desta vez, mas seu macacão de serviço era forrado com metal e amorteceu a maior parte dos ferimentos. Sorrindo entre dentes, ele atacou os dois oponentes mais próximos com marteladas enquanto continuava a disparar, varrendo seu perímetro.

Sari continuava lutando. A técnica da velocidade ampliada forçava a concentração e reduzia o tempo com o qual ela poderia ficar sem se alimentar, mas não lhe restava opção. Sentia que não deveria tentar sorver a energia dos vultos sombrios, da mesma forma que uma pessoa sente o cheiro de veneno numa fonte d’água. Mas estava começando a ter esperança de vencer; talvez os amigos estivessem capturados ou incapacitados de ajudar naquele momento, mas com a ajuda de Mad, ela ainda...

Uma poderosa Bala de Canhão explodiu no meio do salão, entre ela e Maddock, lançando a caçadora contra a parede numa direção e o piloto em outra. A violência do impacto fez com que seu amigo tombasse inconsciente e ela própria soube que havia de cair, também. Sua melhor opção era tornar-se em névoa e tentar recuar por enquanto...

E ela viu-se encoberta por algo semelhante a vapor escuro, e pareceu-lhe que correntes de ferro tinham sido enroladas por todo o seu corpo. Apesar de não ser uma feiticeira, Sari compreendeu o que lhe acontecera.

_ Exatamente, minha querida – uma voz sinistra se fez ouvir de algum ponto onde sua visão não alcançava – Seus poderes são fabulosos, mas não lhe serão de qualquer valia por hoje. Lamento.

_ Essa voz...! – Sari se debateu, mesmo sabendo que não adiantaria – Foi você na Cidade Sucata! Você nos atacou durante a noite...!

_ E muito trabalho me deram; sequer pude fazer minha parte na investida de todas as raças – o outro retrucou, e ela sentiu que ele estava de pé ao lado dela – Mas talvez tenha sido melhor assim; agora, pude ter a todos só para mim. Depois de uma fuga tão esforçada...

_ Como foi que nos encontrou? – era o que ela mais queria saber, sua mente fervilhando com hipóteses, todas parecendo muito improváveis. E o outro riu baixo, um riso sinistro que parecia congelar o sangue em suas veias.

_ Encontrar? Cara criança, eu nunca os perdi! Minha pequena agente garantiu que eu soubesse o tempo todo onde estavam.

Passos se fizeram ouvir, e Sari percebeu que alguém estava descendo as escadas e vindo lentamente em sua direção. Com esforço ela voltou a própria cabeça e viu, estupefata, a maga negra Melissa caminhando até ela com a mão direita erguida e uma aura escura semelhante ao vapor que a envolvera emanando dela, enquanto o outro dizia:

_ Acredito que já se conhecem...?

XXXVII – Algo Fora do Comum

Pouco menos de meia hora depois, todos os companheiros de viagem tinham sido reunidos na sala de visitas da casa de Maddock. Melissa era a única de pé diante do grupo e mantendo a mão direita erguida, emanando a mesma névoa de vapor escuro que mantinha Sari imobilizada e, agora, se debatendo de olhos fechados como se tivesse um sonho ruim e não fosse capaz de despertar.

_ Não consigo acreditar – murmurou Freya, olhando para a maga negra – Não nos conhecemos a tanto tempo, mas eu nunca teria imaginado...

_ Parou, Tata – Zero retrucou imediatamente, olhando para Melissa e tentando soltar as mãos presas atrás de si – Melhor você nem dizer, pra não se arrepender depois.

_ Zero... – começou Freya, mas Zero agitou a cabeça enfaticamente.

_ Eu tô dizendo, não é ela! Melissa nunca ia fazer isso com a gente! E se eu tô falando, é melhor todo mundo acreditar. Tô certo, Daniel?

O jovem cavaleiro de Melk estava diante de Melissa, e por um momento se manteve olhando para a namorada sem dizer coisa alguma, mas acabou por acenar a cabeça.

_ Concordo, Zero. Não sei o que houve, mas há algo de errado com ela. Esta não é a ‘nossa’ Melissa.

Um som baixo de riso frio pareceu vir de toda a parte, um tipo de risada que expressava muita coisa, mas não felicidade ou alegria. Os vultos sombrios abriram caminho e, da escadaria para o andar de cima, os viajantes viram surgir uma figura que parecia ser escuridão envolta em névoa escura, uma criatura que não podiam definir com suas visões, apenas. Cada um deles parecia sentir que seu pior temor estava oculto por aquela aura de vapor escuro e não queriam ver o que havia debaixo dela. Mas todos perceberam estar diante do verdadeiro inimigo por trás do ataque.

_ Está bem, eu devo reconhecer que há algum mérito nas suas assim chamadas ‘fé e confiança’. Ao menos, servem para privar-me de pequenos prazeres. Terei que ser mais direto, imagino.

A um gesto dele, uma procissão de vultos sombrios surgiu do corredor acima trazendo entre eles a Rainha Christabel, adormecida. E Maddock murmurou:

_ Vou te falar, nem depois daquela bagunça ela acordou... Sua namorada dorme, hein Zero?

Saturday, July 14, 2007

Oi vocês. Louco, aparecendo num fim de semana estranho e diferente.

Pra quem não sabe, perdemos um tremendo leitor dessas páginas. Infelizmente, meu amigo Akira, o mestre da Writer's House, resolveu que o momento era adequado pra ir pra aquela prateleira de cima, onde os livros dos autores vão parar depois de um tempo.

Ele queria ler a história da Christie, e me disse que já tinha reiniciado umas três vezes, nunca passando daquele pedaço... peraí... Acho que era do Torneio de Melk. É, não tinha ido muito longe, né? Akira tava tentando imprimir a história pra ler aos pouquinhos, acho eu.

Mais do que nunca, então, eu continuo com a história. Onde quer que esteja, eu acredito que meu amigo Akira gostaria de ter visto até o fim a coisa toda. Que onde quer que esteja, amigo, os computadores funcionem bem e você possa continuar vendo desenhos, roteiros originais e resumos do Harry Potter e, se der tempo, seguir com a saga da Rainha. Tô quase terminando por aqui, e faço mais questão do que nunca agora de ir até o fim.

Forte amplexo, Akira. E vai firme, meu amigo.

(...)


Maddock não pôde perguntar coisa alguma, pois a caçadora saltou da laje para o piso térreo como se não fosse uma queda capaz de quebrar ou deslocar os ossos de quem saltasse. Girando no ar para amortecer o próprio impacto, Sari pousou diante da porta principal e a atravessou de sopetão, deparando com alvos múltiplos no grande salão principal do anfitrião.

Ela não estivera presente em Garland, mas os vultos sombrios semelhantes a formas humanas feitas de fumaça fizeram-na pensar imediatamente na cilada que Zero, Daniel e Melissa tinham sofrido. Pelo menos vinte deles estavam por toda a volta, mais deles chegando pelo túnel do Velocípede, alguns na escadaria que conduzia ao andar de cima.

Os vultos sombrios atacaram de todos os lados, lâminas aparecendo em suas mãos ao reparar na presença de uma presa não dominada enquanto Sari puxava sua própria espada. Vinte adversários humanos não seriam um grande problema, mas ela percebia que não havia como vencer ali. E mesmo assim...

Um giro amplo para direita, sua espada afastando três lâminas que desceram sobre ela ao mesmo tempo enquanto sua mão esquerda, com dardos metálicos presos entre seus dedos, girava para derrubar aqueles alvos.

Um giro reverso e mais quatro lâminas abateram-se sobre ela, detidas com dificuldade por sua espada. A caçadora cedeu sob o peso por um momento para depois empurrar, abrindo a guarda dos agressores por um segundo a mais.

E sua katana desceu num rodopio, talhando mais dois adversários e ganhando espaço para bloquear dois agressores por trás de si, mas não sem que pontas de lança de névoa negra e lâminas de foices longas conseguissem ferí-la.

Sari conteve um gemido e tornou-se em névoa, saltando e subindo nas armas que a feriam antes. Os atacantes recuaram para prendê-la, mas a caçadora tornou a saltar, mais alto do que qualquer humano conseguiria. Girando seu corpo em parafuso, ela lançou todos os dardos que foi capaz em todas as direções, abatendo mais alguns dos agressores no processo.

Eles não paravam de vir, e ela percebeu que havia muitos deles no andar de cima. Demais. Melissa, Freya e Christabel já deviam ter sido dominadas, não havia outra explicação para a demora delas em aparecer.

Vultos sombrios armados com espadas longas, lanças, machados, foices e armas com correntes de aparência tão imaterial quanto eles próprios saltavam do andar de cima ou brotavam da escadaria do porão para atacá-la. Não importava o quanto fosse habilidosa, não podia derrotar inimigos que não paravam de chegar. Não sozinha.

Mais um quarteto de lanças sombrias investiu à sua esquerda enquanto ela voltava ao chão. Usando a parte chata de sua espada, Sari rebateu as pontas para baixo e rolou sobre as hastes, deixando os agressores às suas costas se empalarem enquanto ela atacava o quarteto, derrubando a todos com um talho amplo.

A katana girou em sua mão direita e ela foi imobilizada por correntes que agarraram seu pulso esquerdo e seu tornozelo direito. Precisaria de uma fração de segundo para soltar-se, mas os demais atacantes não lhe concederiam esse tempo.

E da porta de entrada vieram disparos de uma arma de fogo. Muito mais rápidos, numa seqüência ininterrupta, como Sari nunca presenciara antes. Hermes Maddock estava atirando com sua arma estranha, os canos múltiplos girando tão depressa que ela mal podia acompanhar, e sua munição parecia nunca mais terminar. E os vultos sombrios tombavam aos montes diante daquela rajada.

Aquilo era precisamente do que ela precisava. Presa apenas pelo pulso esquerdo e com seus alvos paralisados pela surpresa, Sari puxou seu captor para si e cortou para o alto, abatendo mais um inimigo antes de se unir a Maddock, que tomou posição no centro do salão, sempre disparando.

_ Você tá bem, Sari?

_ Graças a você – ela respondeu, de costas para as costas dele – Que espécie de arma é essa? Nunca vi Zero disparar assim.

_ Ele não pode – Maddock sorriu, erguendo um pouco a própria arma – Isso é uma metralhadora. Te explico melhor mais tarde. Agora, temos visita.

_ Há muitos deles, Maddock. E estamos sozinhos.

_ Tudo bem; ainda tenho muita munição.

Ela olhou para ele com o canto dos olhos e, a despeito da situação difícil, não pôde deixar de sorrir ferozmente como Maddock estava fazendo. Lembrava muito a fuga simulada da Cidade Sucata, e Sari sentiu algo do peso da alma abandoná-la. Não estaria sozinha.

Sunday, July 01, 2007

Olá pessoas de domingo! Saudações no último domingo antes das alterações da companhia telefônica do Louco!

Pois é, sigamos em frente como for possível com a história de Christie, Zero e companhia. Afinal, por melhor que tenha sido o descanso, ainda não acabou, né? Infelizmente pra eles...

Adiante com o show! Forte amplexo (curtindo um friozinho)

XXXVI – Trevas

A manhã seguinte encontrou a caçadora Sari sozinha, de pé sobre a casa de Maddock, olhando para o noroeste. Estavam longe da Cidade Sucata e da Avançada, o último ponto onde os perseguidores os tinham localizado, e embora ela não pudesse mais sentir a aproximação de numerosos inimigos como antes acontecera, era uma guerreira experiente demais para contar que aquela situação se estendesse.

_ Ah, visita! Bom dia, Sari!

Admirada, ela voltou seus olhos para encontrar a figura sorridente de Hermes Maddock subindo até onde ela estava, um sorriso tão cintilante quanto o sol que se ergueria atrás dele em breve. Saudando-o com um aceno da cabeça, ela respondeu:

_ Bom dia, Maddock. Desculpe se eu o assustei.

_ Imagina, é um prazer ter companhia aqui em cima – ele fez um gesto amplo, mostrando os arredores – Não é muito fácil encontrar gente que tenha disposição, sabe. Já achava que gostar de altura era só pra pilotos. Também gosta de ver o sol nascendo, ou você é a vigia da noite?

Ela hesitou um instante antes de responder. Era notável a semelhança entre o espírito dele e o de Zero, a mesma energia fulgurante que parecia brotar de um ponto mais frio em seu interior. A longa observação a Zero tornou simples para ela descobrir que Maddock também trazia uma tristeza profunda oculta em si, e outra vez ela maravilhou-se em como duas pessoas sem qualquer ligação biológica podiam ser tão semelhantes.

_ Acho que é um pouco dos dois – ela deu de ombros – Não me entenda mal, sei que seu lar é um lugar seguro... mas levando em conta quem nos acompanha, seria muito descuido se não ficássemos atentos. Cuidado nunca é demais.

_ Nah, você tem razão – ele também deu de ombros, inspirando fundo e parecendo saborear o ar fresco da manhã – Melhor prevenir antes do que deixar algo acontecer. É legal da sua parte, deixar de dormir e ficar de vigia. Principalmente sem gostar da Rainha.

Os olhos dos dois se encontraram novamente. Não havia hostilidade em Maddock, mas ele estava curioso, e Sari tornou a olhar para longe.

_ Ninguém me contou nada, se é o que você pensa; não foi preciso. Você é discreta, mas dá pra notar que fica meio inquieta quando ela e o Zero aparecem juntos. Ainda gosta dele, né?

_ Eu... Gostaria de não falar nisso, se não se importa.

_ Tudo bem; só vim ter certeza de que ele tinha sido direito e se explicado com você. Sabe, agora que o Seu Dirceu se foi, só sobrou eu pra manter o Zero na linha. Coisa de irmão mais velho.

A despeito de si mesma, Sari acabou voltando-se. Maddock estava despreocupadamente contemplando o horizonte, parecendo não ter sequer mencionado o assunto de até então, a estranha espingarda circular de canos múltiplos repousando pacata sobre seus joelhos. Depois de um instante de silêncio, ele tornou a falar:

_ Daniel me explicou um pouco daquela coisa do Torneio de que o Zero falou, onde você ganhou dele. Você tava procurando um lugar pra ficar na época, não tava? Panaca desse meu irmãozinho... Tivesse ido antes pra Melk, ou depois, não teria tirado você de lá.

_ Foi escolha minha ter vindo com ele, Maddock.

_ Pode me chamar de Hermes – ele sorriu para ela, e mesmo assim parecia triste – Ou só Mad, como o Zero faz. E o que eu quero dizer é que, na possibilidade do tonto nunca ter ido pra Melk, você teria ficado lá. Talvez não gostasse de Christabel mais do que qualquer outra pessoa, mas não teria nada contra ela e não se sentiria sozinha como agora.

Sari não respondeu, sentindo ao invés uma pontada dolorosa no coração. Evitava pensar a respeito daquilo, principalmente depois de Zero e Christabel terem se unido, e agora...

_ Por que... – ela começou, de cabeça baixa – Se compreendeu tanto, então devia saber que me causaria dor ao tocar no assunto. Por que trazer isso à tona?

_ Porque ficar sozinha remoendo só aumenta a sensação de vazio, Sari. Acredite, eu entendo disso.

Entendia, de fato, ela pensou. Seu pai morrera e ele vivia ali, sozinho e isolado de todos, salvo quando visitava ou era visitado por Zero...

_ Por isso também perguntei; no fundo, sabia que meu maninho Zero não faria uma coisa dessas de propósito – ele prosseguiu, olhando para algum ponto no horizonte ainda não iluminado – De todos os amigos que ele trouxe pra cá, você foi a única que eu não vi se divertir nem uma vez, e olha que vocês vieram com a Rainha Christabel, que tem fama de mal humorada.

Sari voltou os olhos para longe, e quando falou, parecia que sua voz era de outra pessoa, quase como se de fato não fosse ela falando:

_ Ele foi tão sincero quanto sempre, Maddock. Desde o início. Eu deveria ter me dado conta; ele participou do Torneio dedicando sua parte a ela. Foi tolice da minha parte, eu não deveria ter esperado por mais nada que sua amizade.

_ Você queria companhia – ele replicou em voz baixa, sem olhar para ela – E acho que o velho Zero foi o primeiro cara em muito tempo em quem você confiou, né?

_ Eu tive medo a princípio – ela sorriu de olhos baixos – Não teria contado sobre minha... natureza diferente... mas o ataque a Melk me deixou ferida e não fui capaz de me esconder. Os outros reagiram como seria de esperar, mas ele ofereceu a força da própria vida para me recuperar como se não fosse nada de mais. E ao fazê-lo, inspirou Melissa e Daniel a fazerem o mesmo, e os três me salvaram. Isso os deixou isolados de todas as pessoas na fortaleza até o dia em que tivemos que fugir de lá, especialmente por continuarem próximos a mim, sabendo quem eu era... e ele não parecia se importar.

_ Não se importava não – Maddock sorriu, sempre olhando para o horizonte – Coisa de família, nunca ligar pro que outros pensam. Somos bons nisso.

_ ... Ele exerceu algum tipo de cura nela – Maddock olhou para Sari agora, que novamente parecia entristecida – Não acredito que outra pessoa fosse capaz; a força da vida dela parecia aos meus olhos como um diamante negro cintilante, tão sombrio e pesado que poder algum neste mundo poderia iluminar. Isso não existe mais.

_ Os dois são muito parecidos – Maddock retrucou, mastigando uma haste de capim que Sari não tinha a menor idéia de onde tinha vindo – Às vezes eu me perguntava, sabe, quanto a essa história que contam dela... Comparava com a história do Zero. Ele comentou com você?

O olhar dela em sua direção foi resposta mais do que suficiente, e Maddock suspirou.

_ É, acho que não. Não é o tipo de coisa que se saia contando pros amigos, mesmo os mais próximos. Sabe, é sobre a mãe do Zero...

Maddock sabia o suficiente sobre a morte de Dona Célia e, embora considerasse tais histórias exclusividade dos envolvidos, acreditava que Sari tinha direito de saber de onde vinha a afinidade de Zero em relação à Christabel; talvez isso a ajudasse a aceitar melhor o que se dera. Ia começar a falar quando Sari ficou de pé, o corpo todo tenso de repente.

_ Sari?

_ Perigo... Alguém nos encontrou!