Sunday, February 11, 2007

Uêpa, e tá chovendo! Saudações ensopadas e domingueiras do Louco!

Vamos que vamos; agora que a Rainha finalmente resolveu deixar rolar ^^, sigamos pro capítulo seguinte. Quando tivermos passado por essa fase, vcs vão entender pq eu resolvi dar um ano de descanso pra Christie e a turma. Eles bem que tavam precisando, né não?

Amplexos insanos do Louco, e bola pra frente!


XXXII – O Crime de Christabel


Os procedimentos para extinguir o pequeno incêndio que ocorrera onde antes era a casa de Seu Dirceu e Zero não tinham sido complicados para os Escavadores; estavam acostumados a acidentes e infortúnios de variados tipos em sua linha de trabalho. Mais incomuns eram as circunstâncias que tinham levado à destruição da casa, ou a presença de toda uma guarnição de Dragões da Cidade Avançada ali, levando investigações a cabo.

Eram versões muito menos poderosas do que os Sete; os comandados de Arthur e seus companheiros, soldados da Cidade Avançada que usavam armamento semelhante ao dos seus líderes, mas de armaduras e equipamento em nada comparáveis ao deles. Um cordão de isolamento fora criado ao redor da zona onde a casa fora demolida pelo ataque de Ahl-Tur e seguia pela rua, buscando afastar Escavadores e Mecânicos. Estava funcionando, até certo ponto; Roque Batista passara adiante a ordem que viera de cima, que os outros ficassem fora do caminho; quanto a ser obedecido, ele estava tendo um pouco mais de dificuldade.

_ Já falei, sai do caminho! – Osvaldo estava reclamando, um número considerável dos colegas atrás de si, alguns mais exaltados apertando marretas, espadas e outras armas na cintura, apesar da ordem do mais velho para manterem a cabeça fria. Diante deles, um cordão de Dragões tentava bloquear a visão deles, sem sucesso, e um porta-voz se repetia:

_ Recebemos ordens explícitas do Lorde Arthur de que ninguém deveria se aproximar da casa de Dirceu até que a investigação seja concluída; você e seu pessoal estão apenas...

_ Vai se danar, nós sabemos do risco de desabamento melhor que vocês! – alguém gritou atrás de Osvaldo – Voltem pra a Avançada, o lugar de vocês é lá!

_ É! Mecânicos cuidam de Mecânicos! Se mandem!

_ Vocês, quietos! – Osvaldo voltou-se e rugiu, antes de tornar a encarar o Dragão – Escuta, eu não tô querendo criar confusão; nenhum de nós está! Mas é a casa de dois colegas nossos, e nós temos o direito de saber o que tá acontecendo!

_ Olha, eu até entendo, mas as ordens...

_ Danem-se as ordens, você não tá me entendendo! Todo mundo aqui passou por um dia dos diabos, ninguém vai conseguir dormir sem uma resposta satisfatória, e não vai ser nada que vocês possam dizer ou fazer sem deixar a gente ver por nós mesmos! Temos o direito de saber, droga!

_ Senhor, eu sinto muito. Mesmo. Mas não tenho autorização...

_ Então vai chamar quem tem, caçamba! Será possível...

_ Você é o responsável por esse pessoal?

Osvaldo voltou-se, um desconhecido saindo de trás do cordão de isolamento dos Dragões. Não sabia quem era, nunca tinha visto aquela pessoa antes, mas podia dizer sem dúvidas que era alguém de influência. O olhar dele era sinal claro disso, assim como a prontidão dos Dragões em abrir caminho. Os outros começaram a reclamar novamente atrás dele, mas Osvaldo conseguiu silêncio com um gesto insistente, e então respondeu:

_ Acho que posso responder por todo mundo, sim. E você é...?

_ Meu nome é Tobias, e estou conduzindo as investigações aqui embaixo – o desconhecido disse com voz neutra e ar indiferente – Não podemos deixar muita gente se aproximar até terminarmos; vocês podem acabar destruindo indícios inadvertidamente, o que vai atrapalhar em muito os nossos esforços. Se pudessem nos dar algumas horas...

_ Não podemos, não – Osvaldo retrucou – Eram dois colegas nossos de longa data, mais um monte de colegas novos. O cavaleiro, inclusive, tinha a gratidão de mais da metade da cidade por um favor que nos fez. Então seu Tobias, seja você quem for, veja se entende: só queremos saber o que aconteceu com os nossos amigos. Deixem a gente ver, nos deixem matar nossa curiosidade e, se precisar, prestar respeito a eles, e não vamos atrapalhar vocês.

_ Caso contrário...? – o outro inquiriu, ligeiramente autoritário.

_ Caso contrário, vamos armar uma confusão tão grande por aqui que, mesmo que vocês acabem nos afastando, vão precisar limpar toda a bagunça antes de voltar a investigar. E eu tô falando sério. Pode segurar a mim, e ao Toni, e ao Éderson ali... mas acham mesmo que vão conseguir segurar esse monte de Escavador? É melhor pensar direito.

_ Isso é uma ameaça?

_ Um aviso, sim. Melhor ouvir.

O homem chamado Tobias olhou ao redor, parecendo pesar suas opções e analisar a verdade no que o velho Escavador dissera. Podiam dar conta de todo aquele grupo de Escavadores com as forças que tinham ali, mas provocar um deles era ofender a Cidade Sucata inteira, e até mesmo as mulheres deles brigariam ferozmente se chegasse a tal. Seria uma desordem insuportável, algo que ele não tolerava. E havia alternativas melhores.

_ Se darão por satisfeitos, então, se abrirmos caminho para três ou quatro de vocês? Dessa forma, podem contar aos demais o que virem, e não precisaremos abrir totalmente a área de investigação. Isso é aceitável?

_ Vai deixar a gente ir lá ver? – Éderson perguntou, desconfiado – Mas, se for pra ver só o que vocês quiserem mostrar...

_ Podem ir aonde quiserem, sem restrições – Tobias ignorou totalmente o olhar de dois ou três subordinados para ele – Entendo que seja uma questão pessoal para vocês, e se todos concordarem em respeitar a linha de demarcação até o fim das nossas investigações... Todos sairemos ganhando.