Sunday, October 29, 2006

Olá gente que Lê! Saudações do Louco, em pleno domingo de novo!

Me parece que, no fim das contas, o problema era com o blogger mesmo. Tanto melhor, q eu tenho mais coisa da Christie pra colocar e, ao que parece, tá arrumado! ^_^

Ah, sim. Pedindo licença ao meu amigo Akira, que abriu espaço pras minhas opiniões lá no writer's house, e agora q meu sistema de comentários do blog foi pro espaço, qualquer crítica ou comentário sobre a história da Christie, por favor, dêem uma passada no Writer's House e deixem lá. A troca de posts é menos frequente do que deveria ser, mas eu sempre leio e respondo a comentários. Ao menos isso, né...? ^^'

Bom, lá vai capítulo novo. Depois de vermos a Christie demolindo os perseguidores como só ela sabe fazer... vejamos o que houve com o Zero.

Amplexos dominicais d'El Loco.




XXIX – “Sim, Eu Estou Tão Cansado...”



Depois da partida expressa de Christabel, os Dragões tinham se reunido ao redor de Laírton e Sari, e as perguntas eram inevitáveis:

_ Ei, vem cá, aquela era mesmo ‘a’ Christabel? Aquela de Melk?

_ Bom, com certeza o que ela fez agora podia ser coisa ‘daquela’ Christabel, sim.

_ Sair correndo daquele jeito...! Desse jeito não vai sobrar nada pra nós fazermos!

_ Viu, mas então pra quê foi que mandaram a gente...

_ Fiquem quietos, todos vocês! Que coisa!

Os outros seis silenciaram, o líder dos Dragões franziu a testa, contrariado. Sua noiva Beatriz também era a amiga de infância de Zero, e ele e o outro tinham se dado mal desde o dia de seus nascimentos, ele pensava. Provavelmente, tinha a ver com a rixa hereditária entre os pais de ambos. Ver sua noiva inclinada sobre o outro, acompanhando a bela caçadora de cabelos prateados e o Irmão Laírton, não estava melhorando muito seu humor.

_ Tudo bem, Freya, mas é melhor você se afastar. Deve estar atrapalhando os...

_ Não, está tudo bem – Laírton respondeu sem se voltar, fingindo ignorar o desconforto do outro. Dragões se chamavam por codinomes o tempo todo, mas não era difícil para Laírton deduzir quem era o líder deles a julgar por suas reações quanto a Zero e pela história que ouvira quando fora até a Cidade Avançada – Na verdade, ela está ajudando. Mais do que o corpo, o espírito dele também ficou abalado com o ferimento. Presenças familiares ou carinhosas podem fazer uma grande diferença.

_ Se é esse o caso, é melhor você vir pra longe dele, Arthur – outro Dragão, um que parecia ser o caçula deles, comentou de modo distraído – Quanto mais perto você chegar, menos à vontade o Zero vai ficar...

Arthur deu um murro no outro quase sem se voltar, e Sari arriscou uma olhadela com o canto do olho para Freya, a amiga de Zero. Ela podia sentir a preocupação genuína dela, a moça concederia energia, sangue ou qualquer coisa que fosse necessária se pudesse ajudar; o visor de sua armadura podia esconder suas feições, mas sua alma era um livro aberto para a caçadora. Alguém tão íntimo talvez pudesse ajudar.

_ Você... faz alguma idéia do por quê, Freya? – Sari perguntou – Eu não consigo entender, a consciência do Zero parece estar muito longe... nas profundezas...

_ Também percebeu, Sari? – Laírton indagou, visivelmente surpreso – É, ele parece ter se recolhido dentro de si mesmo. Estou chamando por ele praticamente desde que me inclinei aqui, mas ele se recusa a responder. É como se estivesse me ignorando, ou não me ouvisse.

_ Provavelmente... deve ter sido o desabamento – Freya segurou a mão esquerda de Zero, ainda agarrando a Marcadora, e Sari percebeu que Arthur virara o rosto para longe – Um dos maiores medos de qualquer Escavador é acabar soterrado em uma mina... e o Zero passou por isso quando ainda era uma criança. Deve ter ficado assustado. Muito assustado.

_ Zero já esteve soterrado? – Laírton perguntou, a compreensão iluminando suas feições – Entendo; agora tudo faz sentido! Sari, quanto mais pode manter-se assim, fornecendo energia para ele? Imagino que você tenha um limite, também.

_ E tenho, Laírton. Não é seguro se eu continuar por muito tempo, mas, ao menos por enquanto, não preciso me preocupar. Por quê pergunta?

_ Tentarei trazer de volta a consciência de nosso amigo de uma forma um pouco mais direta – passou o cajado para a mão direita e colocou a esquerda sobre a fronte de Zero – Quando ele sentiu que caía e que era soterrado, sua mente decerto sentiu-se soterrada, também. Por isso é tão difícil despertá-lo. Vou tentar ir atrás dele, mas preciso que mantenha sua condição estável até que eu retorne. Pode fazê-lo?

_ Vá em paz, Laírton – Sari colocou as duas mãos sobre o peito de Zero – Vou cuidar dele pelo tempo que você precisar.

_ Devo pedir também a vocês, Dragões, que vigiem os arredores – Laírton voltou-se – Sua Alteza deve manter potenciais perseguidores longe, mas não temos como saber. Sari estará ocupada mantendo as condições de Zero, e eu vou penetrar na consciência dele. Prometo me esforçar para que isso não tome muito tempo, mas...

_ Não se preocupe, Irmão – Freya levantou-se, olhando ao redor – Tome o tempo de que necessitar. Com nós sete aqui, há muito pouca coisa que possa causar algum problema.

_ É isso aí!! – o mais novo deles se animou, batendo uma das mãos na outra – Ninguém nunca venceu os Sete Dragões, e nem vai! Dá até vontade de ver algum bicho vindo...

_ Cala a boca, Sagitário.

Arthur estava um pouco mal humorado; imaginara a cara que Zero faria ao ver que fora ele a salvar sua vida desta vez, mas não lhe agradava nada ver Beatriz grudada nele, como de costume. Podia passar mais tempo com ela agora, mas isso não mudava o fato de que o outro tinha muito mais memórias em comum com sua noiva do que ele próprio. Esperava que o Religioso despertasse Zero de uma vez.

Laírton fechara seus olhos, ainda murmurando baixinho enquanto rezava. Sua consciência estava dividida, parte de sua atenção procurando pelo espírito de Zero. Não tardou para que fizesse contato com ele; mesmo desacordado, o amigo tinha uma força de vida que era difícil de não perceber. Mas Laírton não conseguia encontrar consciência em parte alguma.

Foi quando percebeu, era como se estivesse até a cintura de escuridão. A inconsciência era como vapores escuros no espírito de Zero, e o outro não estava em lugar algum. Mas era estranho, era ali que ele deveria ao menos visualizar uma auto-imagem do amigo. Deveria ser capaz de falar a ele ali.

“A menos que...”

Laírton olhou para os vapores escuros e, depois de um instante de hesitação, mergulhou. Sentira a consciência do outro como se estivesse muito ao fundo; talvez então ele estivesse muito abaixo do nível normal de sua mente. Soterrado sob a escuridão.

Tão logo mergulhara, Laírton soube que estava certo. Podia agora sentir a presença de Zero, mas parecia que ele estava mais e mais distante a cada segundo, e tudo o que o Religioso podia fazer era nadar naqueles vapores, mais e mais para baixo. Parecia-lhe estar mergulhando não em água, mas no próprio solo. Cada movimento adiante ficava mais difícil, como se tentasse penetrar em material sólido. Como, então, Zero podia estar avançando tão rápido?

_ Zero! Zero, está me ouvindo? Onde você está?

Foi como se o solo abaixo de Laírton se fragmentasse, rompendo-se de repente e fazendo-o cair do que agora era o teto de vapores escuros. Estava no que parecia uma estrada de areia na encosta de uma montanha, grama verde crescendo ao redor, o aroma do capim aquecido pelo sol por toda a volta e pássaros cantando em árvores que a ladeavam.

E a figura de Zero, ainda que distante, era inconfundível aos seus olhos. Ao invés de subir a estrada, no entanto, ele estava tomando o rumo montanha abaixo. Mais do que depressa, Laírton se colocou de pé e tornou a chamar.

_ Zero! Até que enfim o encontrei! Estávamos todos preocupados com...

O rapaz voltou seu rosto então, e Laírton emudeceu. Os ferimentos ainda não curados em seu corpo físico também apareciam nessa visualização que Zero tinha de si mesmo. Não pareciam doer, no entanto, e também não disfarçavam o brilho estranho nos olhos dele.

_ Vai embora daqui, Laírton. Volta pra casa.

_ Eu vim para buscá-lo, Zero. Está precisando de ajuda para voltar, não?

_ Nah, nem é, Laírton – Zero sacudiu a cabeça, voltando-se na direção oposta – A gente tá muito longe pra subir tudo isso de novo, e... eu tô cansado. Muito cansado. Pelo menos, pra esse lado aqui... eu tô indo pra baixo. É muito mais fácil... E eu tô deixando aquela loucura lá de cima pra trás. Parece que... dói menos, também.

_ Dói menos porque está se desligando, Zero! – Laírton correu para junto do amigo, mas não conseguiu se aproximar o bastante para contê-lo e impedir que continuasse descendo – Se chegar até o fundo dessa estrada, vai estar morto!

_ ... Sei – e ele tornou a olhar para Laírton, uma lágrima no canto de seus olhos – Agora me conta uma novidade, Irmão.

Ele continuou a caminhar, sempre descendo a ladeira, e Laírton percebeu que não poderia continuar descendo atrás dele. Fosse porque Zero o proibira de seguir, fosse porque havia um limite até onde uma consciência viva poderia alcançar, ele não conseguia ir adiante.

_ Zero! Maldição, você tem que me ouvir! Zero!!

_ É melhor você não tá mais por aqui quando eu chegar lá embaixo, Lairtão – Zero disse sem se voltar – Não sei direito porquê, mas acho que isso não vai ser muito bom. Você ainda tem muito pra fazer lá em cima.

_ Você também tem! – Laírton esbravejou, tentando avançar mais. Era como se houvesse uma barreira sólida e transparente no meio do caminho, e ele simplesmente não conseguia ir adiante
– Estão todos esperando por você! Daniel, Melissa, Sari... Seu pai! E Christabel! Ela pediu que se mantivesse vivo, lembra?

Ao ouvir o nome da Rainha, Zero deteve seus passos por um instante. Quase voltou sua cabeça para encarar Laírton, mas acenou negativamente e recomeçou a caminhar, murmurando:

_ Eu cumpri o que tinha prometido. Tanto quanto deu. Heh... Pelo menos, vou parar de chamar ela de Christie o tempo todo. Eu tô cansado, Laírton, muito cansado. Você não faz idéia... Tem umas horas em que eu só queria jogar tudo pro alto, mandar tudo pras favas. Mas não podia, porque ainda tinha essa última promessa pra cumprir. Agora chega, o show já terminou. Tá na hora de tirar o time de campo.

_ Seu papel não terminou, Zero! A sua obrigação cont...

_ Não vem me falar da minha obrigação, Laírton! – Zero voltou-se novamente, apontando para o Religioso – Você... não faz a menor idéia. Não sabe nada disso! Eu cumpri minha obrigação sim, uma vez atrás da outra. Tô de saco cheio agora, pombas! Chega no final de um dia cansativo, todo mundo fica louco pra socar a cabeça no travesseiro, dormir e esquecer de tudo! Por quê é que só eu não posso? Vai se danar, agora chegou minha vez!

_ Zero...

Laírton nunca teria imaginado que, em seu interior, Zero pudesse trazer tamanha tristeza. E viu duas figuras desconhecidas parecerem surgir do nada à esquerda do caminho onde o outro passaria, um homem de cabelos brancos longos e uma jovem senhora de feições exóticas, talvez orientais. Deviam ser casados; davam essa impressão, ao menos, e Laírton não conseguia ouvir o que diziam, nem o que Zero estava dizendo a eles. Parecia que o amigo o tinha desligado.

Zero podia sentir claramente as dores nos braços, pernas, tórax, costelas... Todo o corpo doía. Ao menos, ainda doía. Mas seguir estrada abaixo estava fazendo as dores passarem aos poucos, e embora ele não fosse mais capaz de pilotar sua Unicórnio para percorrer a longa distância, sempre teria suas pernas para levá-lo onde quisesse ir. Estavam muito feridas também, mas ele conseguia usá-las. E cada vez melhor, à medida que se afastava da névoa escura. Mas parecia que seu caminho estava fadado a ser interrompido o tempo todo.

_ Primeiro o Laírton, agora vocês. Qualé? Me dêem um tempo!

Sunday, October 15, 2006

Hã... Oi visitantes. Er... saudações do... do Louco, é...

*olhando ao redor com ar vago*

Acho que eu devo ter postado na época errada, ou o calendário do meu computador tava errado... Digo, eu até ando meio relapso, mas não lembro q faça taanto tempo desde minha última visita, não...

Bom, o bixim tá meio zoado, tendo q ser acertado a cada ligada, então tô mais disposto a acreditar que é isso mesmo. E... Tô falando, eu podia jurar que tinha postado um arquivo a mais da Christie, terminando a parte do 'Retorno da Rainha' até então.

Ah, que seja, eu termino agora ^^

Forte amplexo do Louco!

(...)


O primeiro dos Símios mal percebeu quando uma forma humana saltou sobre seu peito e o lançou de volta na direção de seus irmãos, mais dois tombando com a surpresa, enquanto Christabel se atirava de volta para trás. Podia aproveitar o número de oponentes contra eles próprios, então, só precisando estar alerta.

O primeiro dos Ferais viu a Rainha caindo em sua direção e estendeu a bocarra, quase sem poder acreditar na própria sorte. E ainda estava de boca aberta quando a espada de Christabel girou, separando sua cabeça do corpo, e a Rainha caía entre os demais.

Um movimento para trás, e ela atingiu outro deles. Girou o corpo. Outro. Abaixou-se, a lâmina erguida e o pé direito afastado do corpo. Mais um. Já conseguira a atenção deles, acreditava.

Mais quatro Ferais saltaram de quatro pontos diferentes sobre ela, mas Christabel saltara novamente na direção dos Símios, agora avançando sobre ela com suas armas em riste. A Rainha deslizou no terreno arenoso e atirou mais pó na direção deles, que baixaram suas foices e lanças sobre ela num movimento conjunto.

Christabel conteve as armas deles com a sua própria e a dose certa de magia, reduzindo o peso de tudo que caíra sobre si. Estava praticamente deitada no solo, e os passos saltados dos Ferais se aproximavam.

Ela se colocou de pé com um único movimento, empurrando as armas dos Símios para o alto e saltando sobre o que parecia o líder deles, agarrando-se ao seu ombro. E os Ferais já estavam quase sobre eles.

Christabel lançou-se para trás da primeira linha de Símios, empurrando o líder adiante enquanto o fazia, e a primeira horda de Ferais e de Símios caiu sobre si mesma enquanto ela rolava para diante, se embrenhando mais entre os gorilas gigantes e apenas afastando as armas deles com sua própria espada.

Ferais a estavam tentando alcançar enquanto se movia, mas ela sempre estava um passo adiante, deixando apenas um Símio em seu lugar para ser atacado por um Feral. Quando chegou ao fim da linha dos gorilas, todos estavam ocupados lutando com um dos lobos gigantes e nem um nem outro grupo de perseguidores tinha tempo para ela.

O solo começou a estremecer, e Christabel quase sabia o que a esperava, e tornou a correr para longe dos atacantes. Era veloz demais para que a maioria deles pudesse impedí-la, e os poucos que tentavam tombavam com um golpe rápido de sua espada ou eram expulsos para trás por quilômetros com sua versão da magia Impulso.

E uma segunda Serpente de Fogo ergueu-se em meio ao deserto, empinando-se sobre seu corpo por um momento para então localizar a Rainha fugitiva e começar a deslizar em sua direção. E embora pudesse ser mais rápida, Christabel ainda estava guardando suas forças. Estava se saindo muito bem sozinha, sabia que poderia manter-se lutando até eliminar todos os que a perseguiam, mas sua intuição avisava para que se poupasse. E, não precisava ficar fugindo se não quisesse.

Correu na direção de uma formação rochosa mais a oeste. Estava começando a ficar aborrecida da batalha, e continuava preocupada com aqueles a quem deixara para trás. Mas precisava manter os perseguidores afastados deles, e achava que agora podia fazer isso de forma mais prática. A serpente estava se aproximando dela e enquanto se afastava, olhou para trás ainda uma vez. Era apenas uma questão de agir no momento certo.

A cabeça flamejante da serpente ganhou terreno, mas então Christabel chegou à base da elevação rochosa e saltou nas escarpas, subindo mais e mais com seu peso nulo enquanto a serpente a seguia, quase parecendo hesitar antes de subir.

Após um segundo tentando decidir, a serpente percebeu; Christabel pisara em falso! Parecia muito segura de si no início, mas o solo acidentado do deserto a traíra e uma das escarpas na qual se apoiara se partira sob ela, e agora a Rainha cairia. Era a sua chance, e a serpente deu um bote veloz para cima, as mandíbulas escancaradas.

Christabel olhou para a criatura de chamas que se aproximava, e sorriu com confiança. Estava na hora de usar um pouco mais de magia, ao que parecia.

Cravou sua espada na encosta rochosa e subiu no punho dela enquanto a bocarra se erguia sobre o corpo flamejante. O interior da serpente sem dúvida era um inferno de chamas, capaz de consumir praticamente qualquer coisa. Mas ela estava em posição para um teste definitivo.

_ Impacto!

Através da lâmina de sua espada, Christabel mandou a magia de cinese para dentro da escarpa rochosa com o poder de uma explosão enquanto saltava para longe, e com um estrondo surdo todo o topo da elevação onde estivera desabou sobre a serpente, próxima demais para sequer fechar as mandíbulas.

Toneladas e mais toneladas de rocha caíram no interior flamejante da Serpente de Fogo, que ainda subia com seu primeiro impulso. No entanto, blocos de rocha empurrando ar e mais rocha para baixo entraram por sua boca, e suas chamas não podiam consumir aquilo instantaneamente como faziam com qualquer ser vivo que devorava. Sem nenhum aviso, a serpente explodiu, da mesma maneira que aquela que caçara a Unicórnio.

Chamas espalharam-se por centenas de metros do ponto da explosão, auxiliadas por um vento não natural que soprou de seu interior e pela altura na qual estava quando as rochas a fizeram explodir. Fogos e rochas incandescentes voaram em várias direções, e mais dos perseguidores se viram diante do poder de uma chuva de mil chamas. E no centro de tudo, descendo ao solo como uma folha de árvore flutuando no ar, Christabel olhava ao redor. Algo de seus trajes ficara chamuscado, e também seu rosto estava um pouco marcado pela fuligem e algumas mechas de seus cabelos tinham sido levemente queimadas nas pontas. Suspirou, um pouco aborrecida. Não fora ruim, mas tinha espaço para muita melhoria.

Olhou à distância, na direção da Cidade Sucata. Sentiu seu peito se contrair, e lembrou-se de que não tinha tempo para vaidades ainda. Estava livre dos perseguidores por alguns minutos até que pudessem lhe sentir a presença novamente; deveria aproveitar esse tempo de forma útil.

Sunday, October 08, 2006

Senhores e senhoras, passageiros e passageiras, bem vindos a bordo. tivemos um certo momento de turbulência, perdemos contato e comunicação e perdemos at~e mesmo o ar de nossa cabine, com penalização de semanas de afastamento e ausência. Mas agora, estamos de volta. ^_^

Enquanto eu me reencontro aqui, na versão melhorada do Covil do Louco (sim, as mudanças foram pra melhor. Agora só falta eu me acostumar ^^'), sigamos adiante com a Rainha. É ruim que eu vou deixar a Christie, ou meus eventuais leitores, na mão!!!

Forte amplexo, e vamos nessa!


(...)


O primeiro dos Símios mal percebeu quando uma forma humana saltou sobre seu peito e o lançou de volta na direção de seus irmãos, mais dois tombando com a surpresa, enquanto Christabel se atirava de volta para trás. Podia aproveitar o número de oponentes contra eles próprios, então, só precisando estar alerta.

O primeiro dos Ferais viu a Rainha caindo em sua direção e estendeu a bocarra, quase sem poder acreditar na própria sorte. E ainda estava de boca aberta quando a espada de Christabel girou, separando sua cabeça do corpo, e a Rainha caía entre os demais.

Um movimento para trás, e ela atingiu outro deles. Girou o corpo. Outro. Abaixou-se, a lâmina erguida e o pé direito afastado do corpo. Mais um. Já conseguira a atenção deles, acreditava.
Mais quatro Ferais saltaram de quatro pontos diferentes sobre ela, mas Christabel saltara novamente na direção dos Símios, agora avançando sobre ela com suas armas em riste. A Rainha deslizou no terreno arenoso e atirou mais pó na direção deles, que baixaram suas foices e lanças sobre ela num movimento conjunto.

Christabel conteve as armas deles com a sua própria e a dose certa de magia, reduzindo o peso de tudo que caíra sobre si. Estava praticamente deitada no solo, e os passos saltados dos Ferais se aproximavam.

Ela se colocou de pé com um único movimento, empurrando as armas dos Símios para o alto e saltando sobre o que parecia o líder deles, agarrando-se ao seu ombro. E os Ferais já estavam quase sobre eles.

Christabel lançou-se para trás da primeira linha de Símios, empurrando o líder adiante enquanto o fazia, e a primeira horda de Ferais e de Símios caiu sobre si mesma enquanto ela rolava para diante, se embrenhando mais entre os gorilas gigantes e apenas afastando as armas deles com sua própria espada.

Ferais a estavam tentando alcançar enquanto se movia, mas ela sempre estava um passo adiante, deixando apenas um Símio em seu lugar para ser atacado por um Feral. Quando chegou ao fim da linha dos gorilas, todos estavam ocupados lutando com um dos lobos gigantes e nem um nem outro grupo de perseguidores tinha tempo para ela.

O solo começou a estremecer, e Christabel quase sabia o que a esperava, e tornou a correr para longe dos atacantes. Era veloz demais para que a maioria deles pudesse impedí-la, e os poucos que tentavam tombavam com um golpe rápido de sua espada ou eram expulsos para trás por quilômetros com sua versão da magia Impulso.

E uma segunda Serpente de Fogo ergueu-se em meio ao deserto, empinando-se sobre seu corpo por um momento para então localizar a Rainha fugitiva e começar a deslizar em sua direção. E embora pudesse ser mais rápida, Christabel ainda estava guardando suas forças. Estava se saindo muito bem sozinha, sabia que poderia manter-se lutando até eliminar todos os que a perseguiam, mas sua intuição avisava para que se poupasse. E, não precisava ficar fugindo se não quisesse.

Correu na direção de uma formação rochosa mais a oeste. Estava começando a ficar aborrecida da batalha, e continuava preocupada com aqueles a quem deixara para trás. Mas precisava manter os perseguidores afastados deles, e achava que agora podia fazer isso de forma mais prática. A serpente estava se aproximando dela e enquanto se afastava, olhou para trás ainda uma vez. Era apenas uma questão de agir no momento certo.

A cabeça flamejante da serpente ganhou terreno, mas então Christabel chegou à base da elevação rochosa e saltou nas escarpas, subindo mais e mais com seu peso nulo enquanto a serpente a seguia, quase parecendo hesitar antes de subir.

Após um segundo tentando decidir, a serpente percebeu; Christabel pisara em falso! Parecia muito segura de si no início, mas o solo acidentado do deserto a traíra e uma das escarpas na qual se apoiara se partira sob ela, e agora a Rainha cairia. Era a sua chance, e a serpente deu um bote veloz para cima, as mandíbulas escancaradas.

Christabel olhou para a criatura de chamas que se aproximava, e sorriu com confiança. Estava na hora de usar um pouco mais de magia, ao que parecia.

Cravou sua espada na encosta rochosa e subiu no punho dela enquanto a bocarra se erguia sobre o corpo flamejante. O interior da serpente sem dúvida era um inferno de chamas, capaz de consumir praticamente qualquer coisa. Mas ela estava em posição para um teste definitivo.

_ Impacto!

Através da lâmina de sua espada, Christabel mandou a magia de cinese para dentro da escarpa rochosa com o poder de uma explosão enquanto saltava para longe, e com um estrondo surdo todo o topo da elevação onde estivera desabou sobre a serpente, próxima demais para sequer fechar as mandíbulas.

Toneladas e mais toneladas de rocha caíram no interior flamejante da Serpente de Fogo, que ainda subia com seu primeiro impulso. No entanto, blocos de rocha empurrando ar e mais rocha para baixo entraram por sua boca, e suas chamas não podiam consumir aquilo instantaneamente como faziam com qualquer ser vivo que devorava. Sem nenhum aviso, a serpente explodiu, da mesma maneira que aquela que caçara a Unicórnio.

Chamas espalharam-se por centenas de metros do ponto da explosão, auxiliadas por um vento não natural que soprou de seu interior e pela altura na qual estava quando as rochas a fizeram explodir. Fogos e rochas incandescentes voaram em várias direções, e mais dos perseguidores se viram diante do poder de uma chuva de mil chamas. E no centro de tudo, descendo ao solo como uma folha de árvore flutuando no ar, Christabel olhava ao redor. Algo de seus trajes ficara chamuscado, e também seu rosto estava um pouco marcado pela fuligem e algumas mechas de seus cabelos tinham sido levemente queimadas nas pontas. Suspirou, um pouco aborrecida. Não fora ruim, mas tinha espaço para muita melhoria.

Olhou à distância, na direção da Cidade Sucata. Sentiu seu peito se contrair, e lembrou-se de que não tinha tempo para vaidades ainda. Estava livre dos perseguidores por alguns minutos até que pudessem lhe sentir a presença novamente; deveria aproveitar esse tempo de forma útil.