Estando ausente no fim de semana passada (tá, até tinha computador lá; o q não tinha era os meus textos pra cortar, colar e publicar), não deu pra manter a frequência da Christie. Sacanagem, né; bem na hora de terminar a 'Mundiça'...
Belê. Seja como for, agora eu termino. Aproveitem o Carnaval ouvindo outras músicas (marchinha de carnaval era legal antes; agora, no me gusta), alugando filmes ou fazendo algo q o livre da televisão (sugiro um bom livro, ou dois), e forte amplexo do Louco!
Hm, acho q amplexo tá ruim pra hoje; estamos todos meio pegajosos por causa do calor... Tudo bem, ficam os melhores votos assim mesmo ^^
(...)
Subiram depressa até as muralhas da Cidade Sucata, e Zero correu rebocando Sari pelo braço enquanto a tarde morria depressa, o céu repleto de cores vermelha e azul escuro mescladas, prenúncio da noite. Os amigos de Zero na vigília daquele turno os saudaram, mas ele quase não respondeu de tão apressado, conduzindo Sari até a Área Sul da cidade.
Ao fundo, a uma curta distância de viagem, um agrupamento menor de montanhas erguia-se. Um tubo comprido de metal parecia estender-se dos muros da Cidade Sucata até as montanhas, onde algo parecia se destacar nas encostas. A visão aguçada de Sari divisava os contornos de muralhas e torres. Uma cidade?
_ Bom, você achou a Avançada – Zero sorriu, percebendo para onde ela olhava – Jóia, isso vai facilitar um bocado; fica de olho nela, deve acontecer a qualquer momento.
_ Mas o quê... – começou a voltar-se, e Zero a repreendeu.
_ Não, não olha pra mim! Fica olhando pra ela!
_ Tá, estou olhando. Mas o que vai...
Zero olhou ao redor. O sol estava se escondendo rápido, os últimos segundos do crepúsculo. Para dar mais ênfase, ele apontou para a Cidade Avançada e disse:
_ Vai, deve ser mais ou menos... agora!!
Na verdade, o que Zero dissera não fez qualquer diferença. Por mais alguns segundos, Sari ficou olhando sem entender para a direção que Zero apontava, enquanto todo o cenário ao redor deles obscurecia-se rapidamente.
Tudo ficou escuro quando o sol finalmente ocultou-se no horizonte. No ato, a escuridão pareceu percorrer toda a planície, recobrindo a Cidade Sucata e subindo até as montanhas onde encontrava-se a Avançada. Assim que a noite a alcançou, no entanto, a cidade na encosta pareceu acender inúmeras pequenas estrelas em suas muralhas e torres, e Sari admirou-se.
_ Zero...!
_ Viu? – a voz dele deixava claro seu sorriso – Antigamente, as cidades tinham iluminação elétrica pra quando caía a noite, e depois das Mudanças usar eletricidade ficou impossível. Mas os cientistas da Avançada injuriaram com essa coisa de não poder trabalhar direito depois do anoitecer, ou ter que trabalhar à luz de vela. Isso não chega a ser problema pra nós aqui, mas eles resolveram que deviam dar um jeito nisso. Um sistema de canalização de vapor abastece as Jóias Dragão de Fogo em lâmpadas de vidro. Bem aquecidas, elas fazem o serviço quase tão bem quanto as lâmpadas elétricas antigas, ou é o que diz o meu pai. E, é uma coisa pra se ver, né?
Os olhos de Sari brilhavam com as luzes. Não eram as estrelas do céu, era verdade, mas pareciam-se com elas. De cores diferentes, mais próximas, artificiais... mas estrelas, assim mesmo. Estrelas produzidas pelo homem, por gente curiosa como Zero. E uma forte ventania seguiu-se, agitando os cabelos longos de Sari enquanto ela voltou-se para ele, que ainda sorria com serenidade.
_ ‘Final da Fogueira’. Era assim que eu chamava esse vento, o primeiro depois do sol se pôr num dia quente, quando era guri. Heh... Criança tem cada idéia...
Sari olhava nos olhos de Zero, sorrindo embevecida. Estava grata pelo que ele havia mostrado, e por ele estar sempre próximo. Não importava que tipo de aborrecimento ou tristeza a cercava, ele sempre parecia estar por perto e mostrar algo novo, sempre encontrando uma maneira de colocar um sorriso no rosto dela. O mesmo rosto que, enquanto seus cabelos esvoaçavam, aproximou-se lentamente do de Zero.
E ele, passado o primeiro impulso, deteve-se e a ela.
_ Não, Sari.
Aquela luz nos olhos dela, desaparecendo depressa, era algo pelo qual Zero sabia que não se perdoaria nunca, não importando quanto tempo passasse. Sempre se lembraria daquilo com um peso no coração. Mas, não podia.
_ D-desculpa – ele sentia o rosto afogueado, e não conseguia se obrigar a olhar para ela – Desculpa mesmo, Sari, mas eu... não posso.
_ ... Não se desculpe – ela retrucou, de rosto baixo – Fui eu quem... Eu achei... que gostasse de mim...
_ Eu gosto, Sari. De verdade – ele tornou a dizer, também sem olhar para ela – Mas é que... se fizesse isso com você, e pensando em outra pessoa... Ia ser uma falta de respeito. Com você e... com a outra.
_ Entendo – ela deu-lhe as costas, voltando os olhos para as luzes da Cidade Avançada – Então, os opostos se atraíram.
Zero ficou com o rosto afogueado novamente, olhando para as costas de Sari. Não esperava ter sido tão óbvio, mas enfim...
_ N-não, eu... Quero dizer, não é bem... Putz, dei tanto na vista assim?
_ Ela não se sente assim, nem parece que isso irá mudar – Sari voltou os olhos para ele, parecendo ainda mais entristecida – Por quê insistir em algo que não vai ter, Zero?
Foi a vez dele de parecer triste, e ainda assim sorrindo. Ele voltou os olhos na direção sudoeste da Cidade Sucata, onde também havia entradas de túneis.
_ Esse... negócio de gostar... é uma coisa muito egoísta, sabe Sari?
Ela olhou para ele com uma leve surpresa em sua expressão, e ele continuou com seu riso conformado enquanto confirmava com um aceno de cabeça.
_ É sim, egoísta. Foi o que eu disse. A gente faz de qualquer coisa pra a outra pessoa ficar bem, ou feliz, ou satisfeita pelo menos. Mas, ainda assim, é só porque isso faz nós mesmos felizes. Então, quando fazemos algo por outra pessoa, na verdade estamos fazendo por nós mesmos. E é por isso que esse negócio de gostar... pra mim, é muito do egoísta.
Sari continuou a olhar para Zero sem conseguir entender. Aquilo parecia uma das brincadeiras dele... mas a expressão em seu rosto não parecia esperar por risos, ou qualquer coisa do tipo. Ao invés, ele continuava a olhar para aquela área da Cidade Sucata, e havia algo de triste em seus olhos.
Ao fundo, a uma curta distância de viagem, um agrupamento menor de montanhas erguia-se. Um tubo comprido de metal parecia estender-se dos muros da Cidade Sucata até as montanhas, onde algo parecia se destacar nas encostas. A visão aguçada de Sari divisava os contornos de muralhas e torres. Uma cidade?
_ Bom, você achou a Avançada – Zero sorriu, percebendo para onde ela olhava – Jóia, isso vai facilitar um bocado; fica de olho nela, deve acontecer a qualquer momento.
_ Mas o quê... – começou a voltar-se, e Zero a repreendeu.
_ Não, não olha pra mim! Fica olhando pra ela!
_ Tá, estou olhando. Mas o que vai...
Zero olhou ao redor. O sol estava se escondendo rápido, os últimos segundos do crepúsculo. Para dar mais ênfase, ele apontou para a Cidade Avançada e disse:
_ Vai, deve ser mais ou menos... agora!!
Na verdade, o que Zero dissera não fez qualquer diferença. Por mais alguns segundos, Sari ficou olhando sem entender para a direção que Zero apontava, enquanto todo o cenário ao redor deles obscurecia-se rapidamente.
Tudo ficou escuro quando o sol finalmente ocultou-se no horizonte. No ato, a escuridão pareceu percorrer toda a planície, recobrindo a Cidade Sucata e subindo até as montanhas onde encontrava-se a Avançada. Assim que a noite a alcançou, no entanto, a cidade na encosta pareceu acender inúmeras pequenas estrelas em suas muralhas e torres, e Sari admirou-se.
_ Zero...!
_ Viu? – a voz dele deixava claro seu sorriso – Antigamente, as cidades tinham iluminação elétrica pra quando caía a noite, e depois das Mudanças usar eletricidade ficou impossível. Mas os cientistas da Avançada injuriaram com essa coisa de não poder trabalhar direito depois do anoitecer, ou ter que trabalhar à luz de vela. Isso não chega a ser problema pra nós aqui, mas eles resolveram que deviam dar um jeito nisso. Um sistema de canalização de vapor abastece as Jóias Dragão de Fogo em lâmpadas de vidro. Bem aquecidas, elas fazem o serviço quase tão bem quanto as lâmpadas elétricas antigas, ou é o que diz o meu pai. E, é uma coisa pra se ver, né?
Os olhos de Sari brilhavam com as luzes. Não eram as estrelas do céu, era verdade, mas pareciam-se com elas. De cores diferentes, mais próximas, artificiais... mas estrelas, assim mesmo. Estrelas produzidas pelo homem, por gente curiosa como Zero. E uma forte ventania seguiu-se, agitando os cabelos longos de Sari enquanto ela voltou-se para ele, que ainda sorria com serenidade.
_ ‘Final da Fogueira’. Era assim que eu chamava esse vento, o primeiro depois do sol se pôr num dia quente, quando era guri. Heh... Criança tem cada idéia...
Sari olhava nos olhos de Zero, sorrindo embevecida. Estava grata pelo que ele havia mostrado, e por ele estar sempre próximo. Não importava que tipo de aborrecimento ou tristeza a cercava, ele sempre parecia estar por perto e mostrar algo novo, sempre encontrando uma maneira de colocar um sorriso no rosto dela. O mesmo rosto que, enquanto seus cabelos esvoaçavam, aproximou-se lentamente do de Zero.
E ele, passado o primeiro impulso, deteve-se e a ela.
_ Não, Sari.
Aquela luz nos olhos dela, desaparecendo depressa, era algo pelo qual Zero sabia que não se perdoaria nunca, não importando quanto tempo passasse. Sempre se lembraria daquilo com um peso no coração. Mas, não podia.
_ D-desculpa – ele sentia o rosto afogueado, e não conseguia se obrigar a olhar para ela – Desculpa mesmo, Sari, mas eu... não posso.
_ ... Não se desculpe – ela retrucou, de rosto baixo – Fui eu quem... Eu achei... que gostasse de mim...
_ Eu gosto, Sari. De verdade – ele tornou a dizer, também sem olhar para ela – Mas é que... se fizesse isso com você, e pensando em outra pessoa... Ia ser uma falta de respeito. Com você e... com a outra.
_ Entendo – ela deu-lhe as costas, voltando os olhos para as luzes da Cidade Avançada – Então, os opostos se atraíram.
Zero ficou com o rosto afogueado novamente, olhando para as costas de Sari. Não esperava ter sido tão óbvio, mas enfim...
_ N-não, eu... Quero dizer, não é bem... Putz, dei tanto na vista assim?
_ Ela não se sente assim, nem parece que isso irá mudar – Sari voltou os olhos para ele, parecendo ainda mais entristecida – Por quê insistir em algo que não vai ter, Zero?
Foi a vez dele de parecer triste, e ainda assim sorrindo. Ele voltou os olhos na direção sudoeste da Cidade Sucata, onde também havia entradas de túneis.
_ Esse... negócio de gostar... é uma coisa muito egoísta, sabe Sari?
Ela olhou para ele com uma leve surpresa em sua expressão, e ele continuou com seu riso conformado enquanto confirmava com um aceno de cabeça.
_ É sim, egoísta. Foi o que eu disse. A gente faz de qualquer coisa pra a outra pessoa ficar bem, ou feliz, ou satisfeita pelo menos. Mas, ainda assim, é só porque isso faz nós mesmos felizes. Então, quando fazemos algo por outra pessoa, na verdade estamos fazendo por nós mesmos. E é por isso que esse negócio de gostar... pra mim, é muito do egoísta.
Sari continuou a olhar para Zero sem conseguir entender. Aquilo parecia uma das brincadeiras dele... mas a expressão em seu rosto não parecia esperar por risos, ou qualquer coisa do tipo. Ao invés, ele continuava a olhar para aquela área da Cidade Sucata, e havia algo de triste em seus olhos.