Thursday, September 15, 2005

Olá, pessoas q gostam de ler no computador! Saudações do Louco!

É, acho q vou concluir aquele lance da luta em Melk agora... Vcs torceram por eles, né?...

Amplexos do Louco

(...)

Ahl-Tur estava aproveitando o tempo para se refazer, respirando livremente ao lado dos pedaços do Amplificador. Apressara-se até ali, ciente de que depois do raio, os humanos sobreviventes lá na escada levariam algum tempo antes de descer à sua procura. A dor na perna atingida continuava aguda, e isso lembrou-o de que seu total alcance dos poderes, e sua imunidade, deveriam regressar gradativamente. Os teria de volta a tempo de espalhar mais caos naquela fortaleza, sem dúvida... mas dessa vez, fora por pouco.
“Subestimei-os, talvez. Mais de nós teriam sido necessários para que não houvesse baixas. Mas agora acabou”.
Podia ouvir os sons de luta agora. Mas também, os sons dos soldados que primeiro tinham se resolvido a descer atrás dele. Poderia lidar com eles com sua magia, agora; já devia poder usar magia de ataque, pelo menos. Mas... sentia que isso era inadequado.
“Tiveram coragem de me seguir. Ah, bem... Acho que posso fazer uma gentileza”.
Eles teriam que servir para compensar. Já que não podia vingar os danos que sofrera e sua frustração com a última derrota que tivera ali, faria o que pudesse com os soldados de Melk. Tinham valido o transtorno, sem dúvida.
E em meio ao caos, enquanto guerreiros abatiam e eram abatidos pelas criaturas recém-fugidas das terras Além da Fronteira, alguém se mantinha indiferente. Invisível tanto para humanos quanto para os monstros, ele olhava em volta com alguma impaciência, tendo o cuidado de se manter fora do caminho.
“A última coisa que quero, ao menos por enquanto, é ser descoberto. Enfim, esses tolos conseguiram invadir a barreira do Amplificador de Zero e Christabel. Arcanos tolos... se deixando abater dessa forma! Quase não conseguiram! Esperava mais da competência da parte deles”.
Fora infantilidade subestimarem o poder de combate dos humanos de Melk. Talvez fossem uma raça mais fraca, mas em número maior eles por pouco não tinham conseguido sobrepujar os poderosos Arcanos. Ao menos, no entanto, a barreira cedera.
“Não há mais necessidade de manter as fronteiras. Agora, enfim o selo foi desfeito. Posso abandonar este solo sem ser percebido pelos outros... e fazer meus últimos preparativos. Foi uma espera muito longa”.
Outra vez olhou com anseio para os céus. Cobertos de nuvens, como sempre, embora houvessem algumas brechas no cobertor macio lá em cima por onde ele ‘quase’ podia ver as estrelas. ‘Quase’...
“Será que, mais ao sul, ao menos poderei ver céus mais limpos...? As estrelas...!”
Sua alma pareceu contorcer-se de saudade por um momento, enquanto olhava para o alto. Uma explosão de chamas de um Místico lá em cima caiu a poucos metros de onde ele estava, perdendo um dos arqueiros de Melk por centímetros, ateando fogo às roupas do humano... e também dele.
Aborreceu-se com aquilo. Fora bruscamente desperto de seu momento de saudade, e já estava impaciente da demora e pelo quase fracasso dos Arcanos. As chamas sobre ele se extinguiram depressa demais para que fosse notado, mas aquilo não ficaria assim. Olhou para o alto, vendo o Místico pairando sobre o pátio interno da fortaleza, seus olhos duros.
A criatura flutuante explodiu onde estava, desfazendo-se em cinzas que caíram lentamente sobre Melk. Os guerreiros com certeza estavam ocupados demais tentando sobreviver, ou evacuar suas mulheres e crianças, para notar o que ele fizera. Não que se importasse àquela altura. Sem olhar para trás, partiu de Melk, ignorando sem remorsos a queda da fortaleza e das pessoas com quem havia vivido por anos.
Na estrada para a Cidade Sucata, já afastados o bastante para que Tria fosse um amontoado de prédios cercado de muros minúsculos à distância no horizonte, Christabel repentinamente deteve seu galope, e voltou-se na direção de sua cidade.
O restante do grupo não tardou para notar a parada, visto que a Rainha cavalgava adiante deles. Mas Zero, que liderava, teve que ser alertado por Sari para fazer a volta e alcançar Christabel, erguendo o visor do capacete e indagando:
_ Christie, tá tudo bem? Parou por quê? Tamos quase chegando...!
_ Mudou... Está diferente.
_ Hein? – Zero tirou o capacete, imaginando que talvez não a tivesse ouvido bem – Do quê cê tá falando? Alguma coisa mudou?
_ O ar... – o semblante de Christabel era velado como sempre, mas algo em seus olhos traía uma emoção, que ninguém poderia identificar – Não é mais o mesmo.



Monday, September 05, 2005

Oi gente! Não, não é o Ely Corrêa, é o bom e velho Louco de sempre! ^^

É, agora o tempo tá fechando, e eu não tô falando do Katrina, nem do extra-tropical, e nem daquele lá no Japão. Tá fechando pro pessoal de Melk.

Amplexos do Louco (tomando armas)

(...)

Ahl-Tur estava caminhando pelo corredor que conduzia até o galpão utilizado como sala para o Amplificador. Deveria se apressar, bem sabia, mas o artefato da Rainha parecia mais poderoso a cada passo que dava em sua direção. Seu poder estava mais e mais sendo restrito em si mesmo.
“Uma última defesa, talvez? Que seja. Não é menos do que eu esperaria dela”.
Ouviu passos, e estendeu a mão para outra de suas magias de explosão, vedando o túnel atrás de si. Mas seus dedos formigaram de maneira dolorosa, e ele não conseguiu disparar. Segundos depois, uma companhia de soldados de Melk desceu pela escadaria, vindo rumo a ele pelo corredor enquanto arqueiros faziam pontaria dos degraus.
Ahl-Tur soltou sua própria espada da cintura, talhando para direita e abatendo um soldado.
Atacou então para esquerda, contendo um ataque de espada e agarrando o inimigo pelo pescoço para usa-lo como escudo contra as flechas.
A largura do corredor lhe dava alguma vantagem; o número elevado de soldados não podia atacar ao mesmo tempo, e mais de três deles lado a lado se atrapalhavam. Mas os guerreiros eram experientes o bastante para atacarem em números menores, e se afastarem para dar espaço a outros para atacar à distância.
O Arcano sentiu uma flechada aguda em sua coxa direita enquanto recuava pelo corredor, e amaldiçoou. Onde estava seu apoio? Havia humanos demais ali! Deviam estar sendo detidos, para não causarem problemas...!
Sentiu uma nova desaparição. Ydian. O velho Arcano se fora.
Ahl-Tur recuou pela curva do corredor, e então conjurou um relâmpago. Seus dedos novamente formigaram de forma dolorosa, e os soldados investiram depressa.
Tur precisou forçar sua magia a sair, finalmente conseguindo uma flecha cintilante e ruidosa pelo corredor, abatendo todos aqueles que se encontravam no caminho, mas também sentiu seu braço esquerdo em chamas. Não poderia fazer aquilo novamente.
“Demônios...! Será possível? Esses humanos...!”
Seria demais para seu orgulho ser abatido ali sem cumprir sua missão. E dois dos seus já tinham tombado! Era melhor que não esperasse que o mesmo se desse com Kayla, e manquitolou pelo corredor rumo à porta, sentindo que aquilo que procurava tinha que estar ali. Precisava contar com a vantagem que conseguira...!
O corredor onde Tur lançara seu relâmpago estava abafado, e o cheiro que se desprendia dos mortos estava mantendo os demais soldados reticentes nas bordas da escadaria que conduzia até a sala do Amplificador.
_ E então? – indagou Michael, liderando o grupo e olhando ao redor – Nenhum de vocês vai descer? A... Aquele monstro está indo direto para o coração de nossas defesas!
_ Pode descer à vontade, chefe Michael – um dos soldados retrucou de mau modo – Estamos ‘bem atrás’ de você.
Risos nervosos espalharam-se, enquanto o conselheiro olhou furioso para o insubordinado. Quando tudo aquilo terminasse, aquele infeliz ficaria a pão e água, ele se encarregaria disso pessoalmente. Outro deles, Roberto, comentou:
_ Isso é mais sério do que parece. Se não conseguirmos impedi-lo, e a barreira tombar, vamos ter que lidar com os monstros do outro lado da muralha oeste, e já sofremos muitas baixas... Cadê o Irmão Cristóvão? Aqui dentro, e com o reforço da barreira, ele poderia nos proteger da magia...!
_ Não conseguimos achar ele em lugar nenhum – respondeu um colega – Talvez os monstros tenham pego ele antes de começar o ataque, justamente pra prevenir isso.
_ Mas, se eles apareceram aquela hora que a gente viu... – um terceiro começou, e Roberto interrompeu:
_ Tudo bem, vai sem apoio, mesmo! – ergueu a lança com as duas mãos, e acenou para os companheiros com a cabeça – Parados aqui é que não vamos conseguir nada. Me sigam, em grupos de três. Se não acontecer nada, os outros podem vir seguindo. Quanto mais ficarmos parados aqui...
Não era preciso completar o raciocínio, e Michael olhou com alguma preocupação e inveja o rapaz, descendo as escadas de lança em punho e com três companheiros na retaguarda. Coragem, capacidade de liderança e disposição para dar o exemplo; o tipo de coisa que notabilizara Marco em vida. Se sobrevivesse àquela noite, o rapaz poderia se tornar um ícone no futuro. Talvez, um problema, também.
Roberto estava respirando devagar, tentando ignorar o cheiro impregnado nas paredes do corredor. Com o mínimo de ruído possível, e ainda assim depressa, ele avançou rumo à curva, esperando por um ataque de magia que talvez não viesse.
“Se ele tiver aproveitado esse tempo pra seguir em frente... Maldição, teve tempo de sobra para alcançar o Amplificador! Mas, se estiver oculto, e aguardando por nós, então eu trouxe todos os outros a uma armadilha...”
Se fosse o caso, seria o primeiro a pagar pela tolice, adiante dos companheiros. Mas tentaria arremessar sua lança assim mesmo. E um dos colegas, atrás de si comentou de repente:
_ O ar parece que tá mais leve, não tá?
Roberto olhou em volta. Sim, estava mesmo; o ar circulava depressa pela porta aberta lá em cima, e não havia mais a luminosidade rósea de antes. Sentindo um medo súbito, como alguém que percebe de repente estar num lugar alto, Roberto esqueceu a cautela e correu até deparar com a porta aberta. E com a ausência da luz rosada que deveria vir daquele aposento, em caso de invasão.
_ Não...
No pátio, Kayla tombou para trás e estendeu às pressas a mão esquerda, outro impacto semelhante a um aríete desprendendo-se dela e lançando para trás os soldados humanos. Mais uma leva morta. Mas agora, o outro grupo estava apontando seus canhões para ela, e a Arcana sentiu que se uniria aos outros mortos naquela mesma noite.
“Maldição...”
E então sentiu claramente a brisa gelada vinda das montanhas a oeste. Como não pudera sentir até então, uma clareza impressionante. E...
“Esse som...!”
Repentinamente, uma pancada estrondosa fez tremer o portão na muralha oeste, enquanto Místicos começaram a enxamear sobre ela, invadindo o espaço aéreo do pátio externo. A barreira fora desativada.