Sunday, May 27, 2007

Olá de novo, leitores! Uma semana atrasado, cortesia do Homem-Aranha 3 (recomendo pros fãs, o filme é legal), saudações do Louco!

Pois é, pra evitar que esse tipo de atraso torne a acontecer - e antes do blogger resolver mudar e ficar inacessível de novo - quando tiver balada de domingo aparecerei pra postar no sábado; sem mais atrasos do que for necessário, principalmente...


Porque, como eu já disse, essa história é como uma estrela!!! A luz que vcs vêem agora é a lembrança de um brilho emitido há tempos. E folgo em dizer que, no tempo real de emissão, Christabel atingiu sua reta final, com direito a última arrancada! Finalmente, terei outra história completa, coisa que não me acontece desde o final de Darris, uns cinco anos atrás.

Forte amplexo do Louco, e espero que continuem curtindo!!!

(...)


Apesar do ar aborrecido de Freya e Christabel e do sorriso discreto de Laírton, que esperara por algo assim da parte do anfitrião, foi Sari quem respondeu:

_ Em aparência, eles são como humanos altos e com chifres curtos na cabeça, com asas de morcego semelhantes a capas na extensão de seus braços, e dotados de muito poder em magia. Seus corpos físicos e espíritos não estão exatamente unidos; enquanto os confrontei, eu tive essa certeza. Mesmo que seus corpos sejam totalmente destruídos, os espíritos ainda podem ser capazes de recriá-los em circunstâncias normais. São adversários terríveis.

_ ... Eles não são muito fáceis de derrubar não, Mad – Zero confirmou com um aceno de cabeça, parecendo sério e erguendo a pistola de quatro tiros – Na primeira vez que topei com o fulano, eu descarreguei essa criança aqui no bicho e ele continuou de pé e falando besteira. Foi embora, mas nem parecia que eu tinha atingido algum ponto vital do miserável.

_ Interessante – mesmo Maddock parecia sério por um momento, mas sem qualquer outro comentário pediu que a história continuasse, e Zero falou do dia seguinte, quando encontrara o velho desconhecido que lhe dera os visores e que parecia saber tanto sobre máquinas, descrevendo o funcionamento da Unicórnio apenas ao olhar para ela, e Melissa tambem comentou:

_ O Zero ficou muito impressionado com ele, sim, embora no dia eu tenha achado que era só um mendigo viajante meio mal-educado...

_ O que, novamente, vem provar de que as aparências podem enganar – Maddock concluiu imperturbável, aparentemente alheio ao olhar que Christabel deu a ele e a Zero – E depois?

_ Foi quando rolou um torneio que o pessoal da Fortaleza de Melk faz a cada seis meses, parece, pra escolher líderes e soldados pra dar uma força nas lutas. Foi quando conhecemos o Daniel aqui, que aproveitou pra dar uma cantada na Li.

_ O quê? – Daniel engasgou com o café que estava tomando, ficando tremendamente corado enquanto Melissa, ao seu lado, jogava um bolo em Zero – N-não, eu... digo, eu só quis... Se não fosse o...

_ Está tudo bem, cavaleiro – Maddock sorriu abertamente, acenando na direção de Daniel – Não é algo novo, que bravos cavaleiros dediquem seus atos de bravura a belas donzelas. E você é um cavaleiro, e Melissa é uma bela donzela. Muito apropriado.

Apropriado ou não, o assunto deixou Daniel e Melissa mais corados ainda, e a maga negra jogou o pedaço seguinte em Maddock, fazendo Zero gargalhar.

_ Parece que a Li já se acostumou com você, Mad!

_ Sem dúvida – MadArthur limpou o rosto com a mesma elegância de rei que demonstrara a manhã inteira, mas seu riso estava além do personagem a julgar pela situação – Nada inesperado, felizmente. E, antes de declararmos ‘guerra de comida’, quer por favor continuar o relato, Zero?

_ É, então... Eu achei que ia ser divertido participar da coisa toda também, dediquei a participação à Christie aqui e...

Zero encolheu-se, parecendo lutar para conter um gemido, enquanto Christabel parecia indiferente mas na verdade dera-lhe um beliscão. Com lágrimas nos olhos pela dor reprimida, Zero prosseguiu:

_ ... e... então... eu participei de algumas rodadas do torneio, até que a Sari aqui me venceu numa das finais. Você me conhece, Mad; podia até ter vencido ela se fosse um torneio de tiro, mas com espadas eu sou só mais ou menos. E a Sari é ótima.

Christabel pareceu imperturbável a esse comentário, a não ser pela força com a qual mordeu a fatia de bolo que apanhara na mesa. E Sari tomou conta do relato então.

_ A fortaleza tornou a ser atacada naquela noite, e fui gravemente ferida... e salva pelo esforço de Zero, Melissa e Daniel, logo depois que Christabel tornou a derrotar o Arcano. Eu... Acho que devo dizer... estou sob a maldição de uma criatura sugadora de energia, um tipo de vampiro... e eles puderam me ajudar cedendo de espontânea vontade a energia das próprias vidas para repôr aquela que eu tinha então perdido...

Sari falava de cabeça baixa, quase parecendo desculpar-se por sua condição incomum, e Christabel estranhamente parecia ainda mais aborrecida, pois estava lembrando-se daquele dia e da atitude de Zero. A longo prazo, ela sabia, era por aquela e outras atitudes semelhantes que viera a gostar dele, mas nem isso fazia com que a lembrança dele amparando a outra fosse mais simples de aceitar. À sua frente, Freya parecia olhar para Sari com interesse e alguma preocupação, mas Maddock tinha uma expressão diferente, parecida antes com piedade do que curiosidade.

_ Entendo que tenha reservas em mencioná-lo, bela dama, e agradeço pela confiança implícita em nós ao nos contar. Creio que já deve tê-lo percebido, seus companheiros viverão para corresponder a tal confiança. E a partir deste dia, pode me contar entre eles.

Sari ergueu os olhos, e sorriu para Maddock. Podia ser ainda mais insano do que o próprio Zero, mas também tinha o desprendimento dele. Não a julgava pelo que se tornara, e ela era muito grata por isso.

_ No dia seguinte, Christabel ativou o Amplificador, e um tipo de barreira de magia cobriu toda a fortaleza. E foi o que faltava para que um grupo de assassinos enviados pelo conselho de Melk tentasse eliminar a Rainha, que não podia usar sua magia por ter uma tiara de arcânio com jóias Dragão de Fogo incrustadas nela...

_ A coisa tava servindo como barreira, Mad – Zero retomou a narrativa – Encurralaram a Christie e a gente forçou a saída de lá, e eu sugeri que a gente viesse até a Sucata pra ver se meu pai não tinha como tirar aquele troço; cê sabe, ainda não inventaram um negócio que o Velho Dirceu não possa...

Mas então, Zero lembrou-se, isso não era mais verdade. O Velho Dirceu fora capaz de manter sua reputação até o fim, mas agora...

_ E nós paramos em Garland, onde o Zero ia mandar uma carta pro Seu Dirceu explicando a situação – Melissa lembrou, retomando a narrativa – Fomos pra ajudar ele, o Daniel e eu, e depois de lutar com um grupo de assassinos de Melk... tivemos que enfrentar aquele monstro...!

_ ‘Monstro’...? – Maddock perguntou com gentileza, mostrando que não compreendera. E foi Laírton quem explicou:

_ Um espantalho, animado por um Espectro, um espírito sombrio dotado de grande poder das trevas. Aquele em particular tinha o poder de reerguer os mortos e controlar animais. Quando mesmo os animais mortos foram reerguidos, achei que deveria me intrometer na luta, e foi oportuno que eu pudesse derrotar a criatura.

_ O Laírton tá sendo muito modesto, Mad; sem ele, acho que eu, Daniel e a Mel tínhamos virado zumbis, igualzinho os bichos que aquele espantalho metido a besta tava manipulando – Zero cortou novamente – Contamos a história toda até ali pra ele, e desde então, o Irmão aqui tem ajudado a gente ao longo do caminho.

_ De forma bem simples, dentro de minhas capacidades apenas, Mestre Maddock.

_ Zero tem razão, Laírton – Daniel sorriu para o Religioso – Está sendo muito modesto. Foi de grande ajuda para nós quando tivemos que lutar contra a criatura Sáurio no caminho até a Cidade Sucata.

_ É, e ia ter sido ainda pior pra mim depois que a gente chegou sem as orações do Laírton pra ajudar a me curar – Zero acenou, erguendo um caneco na direção do amigo – Tinha uma matilha de Ferais caindo em cima do grupo, e até o pessoal da Sucata chegar pra dar uma força, eles tinham conseguido me tirar uns pedaços, Mad. Foi graças ao Laírton aqui que eu tava pronto pra ajudar meu pai quando ele tentou tirar a tiara da Christie.

_ Mas eu deveria ter auxiliado vocês também nisso, amigo Zero – Laírton respondeu, de cabeça baixa – Você, Melissa, seu pai e a Rainha talvez tivessem tido sucesso inicialmente se eu tivesse...

_ O quê, adivinhado o que ia acontecer? – Zero deu de ombros, enquanto MadArthur olhava de um para outro, visivelmente confuso – Nah, você pode até trabalhar pra Deus, Laírton, mas não é Ele. Não dá pra estar em todos os lugares, nem fazer tudo o que quiser. Você não tinha como saber que a tiara da Christie tava bem protegida demais pra ser arrancada como meu pai pensou em fazer no começo, e nem que ia doer tanto nela. E, apesar do poder dela ter sido contido, Mad, ela ainda conseguia extravasar um pouco em situações de tensão ou muita dor, e aquela foi uma delas.

“Meu pai tentou remover a tiara arrancando dela as jóias Dragão de Fogo, sem imaginar que elas e o metal tinham se ligado à Christie como se fossem ímãs. Dá pra imaginar, então, o quanto não deve ter doído quando ele tentou usar chaves de fenda pra tirar as coisas de lá. Depois de um tempo, ele percebeu que aquilo não ia funcionar e teve a idéia de usar maquinário da Cidade Avançada pra sobrecarregar as jóias, mesmo que fosse por pouco tempo, pra impedir elas de grudarem na Christie”.

_ Sim, é algo que Seu Dirceu teria feito – MadArthur sorriu, pensativo – Se bem que me parece, a princípio, improvável que os cientistas da Avançada concordassem em ajudá-lo.

_ Ah, você conhece meu pai: sempre teve jeito pra convencer qualquer um de qualquer coisa – Zero deu de ombros – O Dr. João Matogrosso, um velho amigo dele de quando minha mãe tava viva, deu assessoria pra ele no novo plano. Claro, tivemos que subir até a Avançada com a Christie, porque não ia ter como levar as máquinas pra Sucata.

_ Infelizmente, a dor de Christabel e seu poder, que até então tinham sido difíceis de detectar aos que a perseguiam, acabaram por atrair atenção indevida – Sari comentou sombriamente – Eu pude pressentir a aproximação de todo o tipo de criatura desta região, e algumas de mais além, e o propósito deles parecia óbvio.

_ Sari me falou a respeito, Mad, e bolamos um plano. Foi onde o bicho pegou mesmo.

Sunday, May 13, 2007

Olá gente que lê! Depois de um almoço nervoso de dia das mães, saudações do Louco!

Vamos adiante com o conto da Rainha. Afinal, tá na hora de um repeteco pra quem não viu a coisa toda desde o começo e tá com preguiça de voltar lá - de boa; eu também tenho ^^

Sigamos adiante, e descubram porque as pessoas não acham o Mad muito bom das idéias...

(...)

Havia um tapete de franjas acolchoadas preso sobre seus ombros como uma capa real, uma braçadeira metálica de suporte de encanamentos pintada de dourado sobre sua cabeça, como se fosse uma coroa, e uma espada de punho dourado e cravejado de jóias em sua cintura. Na verdade, como puderam ver pouco mais tarde, não passava de uma lâmina de hélice serrada que ganhara um punho cromado enfeitado com pequenas lâmpadas coloridas. O porte de Maddock e a leveza de seus movimentos enquanto se aproximava devagar, no entanto, tinha algo de realeza em si, e Christabel parecia visivelmente incomodada, mas Zero explicou em voz baixa:

_ Calma, Christie, que não é com você. Como eu ia dizer, o Mad às vezes encarna algum personagem histórico mais ou menos famoso, dependendo da ocasião. Pra ter colocado uma mesa redonda desse tamanho aqui embaixo e ter vindo com essa pose, eu acho que hoje é...

_ Rei Arthur – Freya murmurou, parecendo discretamente irritada – O maior rei de todos os tempos, segundo contam as lendas, e que deve voltar no momento de maior necessidade de seu povo... Como você se atreve...

_ Sem dúvida, dama cavaleiro – MadArthur confirmou, com um aceno sereno de sua cabeça em direção à Dragonesa – Num momento de grande necessidade me apresento, e fico grato em deparar com almas de tamanha grandeza reunidas uma vez mais ao redor da Távola Redonda. É uma grande honra conhecê-los.

Era curioso, sem dúvida, ver Maddock agindo tão perfeitamente a caráter de seu personagem, mas havia uma entre eles que não estava se divertindo ou se admirando em nada da figura escolhida pelo anfitrião. Freya, ao contrário, sentia que sua paciência não devia ser testada por mais tempo.

­_ ‘Távola Redonda’? Isso é um fecho metálico de alguma tubulação que você encontrou em seu ferro-velho! E, como se atreve a usar esse nome...?

_ A Távola é o que seus olhos vêem, jovem dama – MadArthur respondeu com suavidade enquanto se sentava, depondo a espada sobre os joelhos – Um local de encontro de almas nobres em uma busca sagrada, quer haja grande esplendor e conforto ou acomodações humildes. Lamento que não esteja de seu agrado.

_ Não é... O problema não é esse! – Freya ruborizou por trás do visor que escondia seus olhos, respirou fundo e tentou ser razoável – Sem querer faltar ao respeito, mas...

_ Então não o faça, minha dama – MadArthur a interrompeu novamente, de forma ainda serena mas firme – Que essa discussão termine, gentis viajantes. Sirvam-se! Não há muito a oferecer, mas espero que esteja a seu contento. Comamos, bebamos, e falem-me a seu respeito enquanto o fazemos.

Mais de um rosto voltou-se para Zero, como que pedindo orientação, e ele sorriu.

_ Acho que posso começar falando então, Mad... digo, Sua Alteza. As nossas histórias acabam se misturando, mesmo... e acho que consigo ligar todas, aos poucos. No começo, éramos a Li e eu...

E Zero falou do período de treinamento de Melissa, uma jovem maga negra que ele com frequência chamava de sua ‘irmãzinha’, disposta a aprender também sobre a tecnologia perdida do mundo e o que estava sendo reinventado pelas duas cidades, ao que Maddock sorriu calorosamente em cumprimento à moça.

_ Eu a felicito pela iniciativa. Ao que me consta, os envolvidos com tecnologia tendem a desprezar magia, e o inverso também é verdade. É corajosa por ousar ir contra tais convenções, e eu a honro por isso.

E ergueu o caneco do qual bebia, deixando Melissa corada e muito sem jeito.

_ F-foi só... curiosidade, eu sempre quis saber sobre o mundo antigo desde pequena. Mesmo tendo estudado magia, a curiosidade não passou. Não foi nada demais...

_ E ainda assim, é nos atos simples que reconhecemos as grandes pessoas – Maddock tornou a acenar sorrindo, e então voltou-se para Zero.

_ Isso também explica, decerto, o período em que fiquei sem visitas. Entendo. E o que os conduziu aos outros, meu irmão?

_ Se me permite – Sari ergueu a mão – eu gostaria de perguntar, se não for muito atrevimento, por quê chama Zero de ‘irmão’? Ele é mesmo...?

_ Não, Sari, magina! – Zero pareceu escandalizado com a possibilidade – Eu nunca mais ia ter sossego, que é isso?

_ Uma pergunta justa, bela dama – MadArthur riu da reação do outro – e de forma alguma atrevida. Não, receio que devo desapontá-los; em termos de nascimento, somos apenas bons amigos. Mas Seu Dirceu sempre foi gentil comigo e cuidou de mim de forma paternal desde que meu pai verdadeiro morreu; desde então, chamo de irmão a este tolo mancebo. Um tanto reservado demais, infelizmente, mas há defeitos mais sérios na personalidade de muitos.

_ ‘Reservado’...? – Daniel olhou sem poder acreditar para Maddock, para Zero e de volta para o anfitrião, e Laírton sorriu.

_ Pessoas diferentes têm visões diferentes do mundo, caro Daniel. Por favor, prossiga Zero. De certa forma, o que vai contar é novidade para a maioria de nós até certo ponto.

_ Tá. Então, Mad, continuando...

Ele falou da escavação onde ele e Melissa tinham descoberto a jóia Dragão de Fogo de tamanho considerável que seriviria para o Amplificador que Christabel ordenara que construíssem, e de sua viagem para lá.

_ Christie tava lutando com um monstro nervoso quando a gente chegou lá – o semblante de Zero escureceu um pouco – Ele disse que se chamava... como é que era mesmo? Dentadura, um negócio assim...

_ Ahl-Tur, Mestre dos Arcanos – Christabel corrigiu ao lado de Zero com ar vazio – Ao menos enquanto conta a história, você podia ser mais objetivo.

_ Receio que a objetividade esteja além das capacidades de meu irmão, Majestade – MadArthur sorriu para Christabel – Podem me esclarecer, então, que tipo de ser era o mencionado Largura? O que é um Arcano, exatamente?