Sunday, November 26, 2006

Olá leitores persistentes, teimosos e que não largham fácil sem saber do final da história... exatamente como eu ^^ Saudações autorais agradecidas do Louco!

O sistema de comentários caiu. O blogger tá anexando os textos quando bem entende. Meu computador superou todas as expectativas e só não trabvou ainda pq não percebeu que era com ele. De boa, pela primeira vez entendo como Wildstar se sentiu no final da saga do Cometa Império, com a Argo/Yamato vazando fumaça (no espaço?) pra todo o lado.

Firmeza. Enquanto ainda der pra pilotar, vou adiante ^^ Vai o resto do capítulo, e pra me lembrar de que é melhor dar uma agilizada. Agh, agora tô pensando seriamente em mudar muito um relacionamento q eu tinha planejadinho na minha cachola faz o maior tempo, e começar um outro que eu queria a todo o custo evitar...

Hein? Ninguém tá entendendo nada? Ah, firmeza, depois eu vou fazer algum sentido, espero. Aguentem bravamente até lá, please ^^.

Forte amplexo do Louco ^^


(...)



_ Acaso está esquecido do que nos prometeu, rapaz? – o homem de cabelos brancos perguntou, parecendo severo. O bastante para que mesmo Zero vacilasse – Disse que faria o que pudesse por ela.

_ É... foi isso mesmo. Mas, eu não tô faltando com a minha palavra. Fiz mesmo tudo o que podia, sério! Levei uma das minhas melhores amigas comigo, inclusive, pra manter aqueles tais Arcanos longe dela o máximo que eu pudesse. Pus meus amigos em risco, também. Tá, eles são uns tontos, quiseram pagar pra ver, mas fui eu quem começou. Mas agora acabou. O que mais cês querem que eu faça, droga?

_ O que faríamos em seu lugar – aquela dama de olhos tristes replicou, baixando a cabeça – Você ainda pode voltar, nós não. E esse foi o nosso único arrependimento quando nos separamos dela, há tanto tempo atrás. Não tínhamos meios para continuar. Seus amigos estão tentando levar você de volta...

_ Droga... Olha, eu não tô querendo ser mal educado – Zero sacudiu a cabeça em negativa – Poxa, dá pra culpar um cara por se cansar? Tô dolorido, e não quero mais sentir dor! Tô errado, e queria ficar certo agora! Tô sozinho... e queria companhia.

_ Você a tem.

Zero parou de descer, voltando-se. O casal desaparecera enquanto ele falava, e ele não tinha notado. E Christabel estava descendo a estrada também, se aproximando depressa, indo muito além do limite onde Laírton ficara. O Irmão não podia ouvir nada o que era dito até ali, mas não parecia haver qualquer problema para a Rainha.

_ Christie? O q... que cê tá fazendo?

_ Companhia a você. Quer descer a estrada, não? Acabar com a dor, com a tristeza? Vamos, então. Eu o acompanho.

_ Christie...

Ele outra vez se admirara dela. Como era capaz de dizer sempre tanto com tão poucas palavras? E a determinação em seus olhos cinzentos era forte, capaz de imobilizar a ele onde estava. Ela não estava brincando, iria com ele até o final da estrada se fosse o caso. Era loucura.

_ Menina, você... perdeu toda a noção? Sabe pra onde isso vai?

_ Melhor do que você – ela retrucou com o pouco caso de que ele lembrava tão bem, prestes a passar por ele – E, a não ser que se apresse, chegarei lá primeiro.

_ Espera, pera só um pouquinho! – Zero a deteve pelo braço – Christabel, você não tem nada pra fazer lá!

Ela olhou para a mão dele em seu cotovelo e pareceu se irritar, e seu olhar para Zero era duro quando murmurou:

_ Está apertando meu braço. Me larga.

_ Não senhora. Primeiro, você vai me prometer...

_ Mandei que me largasse!

E sacudiu o braço preso, estapeando Zero e derrubando-o de costas.

Zero sentiu-se tombar estatelado ao chão, cada ferimento do seu corpo parecendo arder mais por um instante longo. Era como se os ossos do peito estivessem quebrados e ela tivesse batido com um martelo em todos...


Chame meu nome e me salve da escuridão.


Zero piscou, os olhos escancarados e a mente lúcida novamente, certo de que estava mesmo sentindo a realidade vacilar. O que pensava que tinha ouvido não podia ser...!

Christabel estava inclinada sobre ele, ajoelhada no chão ao seu lado e com a mão esquerda sobre sua fronte, os olhos gentis fixos nos dele e... cantando?


Como você consegue ver dentro dos meus olhos
Como portas abertas
te conduzindo direto ao meu interior,
Onde eu me tornei tão insensível?
Sem uma alma.
Meu espírito adormecido em algum lugar frio,
Até você encontrá-lo lá e conduzí-lo de volta ao lar*.


_ Christie...!

_ Agora que eu sei o que me falta – Christabel murmurou, as faces coradas e o mesmo semblante triste – você não pode simplesmente me deixar. Me traga de volta à vida. *

Zero também estava corado... mas não sentia mais dor. Não havia como.


E no mundo físico Zero tossiu, sentindo o gosto incômodo de terra em sua garganta e muita dor no corpo inteiro. Mas, desta vez, não era só o que havia para ele, e abriu seus olhos.

Christabel estava ao seu lado, segurando suas mãos na dela. Acabara de abrir os olhos cinzentos e sorria discretamente para ele. À sua volta, Laírton, Sari e também alguém que não via havia meses olhavam para ele com espanto e alívio.

_ Oi... E aí, gente? Firmeza?

_ Zero!

_ Que bom...!

_ Seu maluco, que idéia idiota foi essa de...?

Mas ele tornara a voltar seus olhos para Christabel; mais do que qualquer outra coisa, havia uma curiosidade em si que ele não tinha como conter naquele momento.

_ N-não sabia que você... gostava de música antiga...

_ Aparências podem enganar – ela retrucou com algo da antiga superioridade – Não foi o que me disse?


(* - “Bring me to Life” – Evanescence)