Saturday, June 24, 2006

Olá, pessoas leitoras! Saudações do Louco!!

E aí, como vão as coisas? E, como vai o Zero?

Sim, Darris... ele vai de moto *batida nos tambores pra piadas idiotas* Valeu, hein? Essa valeu pela semana inteira -_-'

Vamos pra história, q é melhor...

(...)

Zero deu uma boa olhada para trás enquanto se retirava, acelerando sua moto como não fazia desde a última vez em que percorrera o Grande Cabo. Parecia uma grande nuvem de tempestade, a aglomeração de seres diferentes vindo em perseguição a ele. Mas vira o suficiente para perceber que acertara em sua previsão; nem podia ser diferente daquela vez. Era Christabel que eles queriam, e seguiriam o cheiro dela e o seu poder enquanto pudessem. Com ou sem oposição, eles dificilmente ignorariam o fato de que o rastro dela estava se afastando do comboio.

“Unicórnios são tidos como lendários, impossíveis de capturar – ele pensou, voltando toda a sua atenção para a tarefa diante de si – Vamos ver se eles aceitam o desafio”.

Era um atirador, sabia muito bem qual o tipo de alvo mais fácil possível, e qual o mais difícil. Um alvo pequeno, rápido, seguindo numa trajetória irregular e mudando de direção de forma imprevisível, e com muito espaço para manobrar. Era esse tipo de alvo que ele pretendia se tornar.

Sua companheira guardou a espada, agarrando-se a ele com os dois braços e prendendo as pernas com firmeza à carroceria da moto. Também ela percebera que agora o momento era de fuga, e não adiantaria muito querer oferecer oposição naquelas condições. O que quer que acontecesse, estava dependente da capacidade de piloto de Zero.

Ele estava se aproximando depressa, tão depressa quanto podia. Mesmo com todo o seu poder, o esforço de voar e em tal velocidade consumia muita força, e ele o evitaria se pudesse. Mas não podia daquela vez; ele farejara o perigo, todos os oponentes que se aproximavam. Ele era poderoso o bastante para lutar pelo prêmio, mas não podia dizer com certeza que venceria a tantos. Mesmo que não pudesse, no entanto, a luta por si só valeria a pena. Haveria outros poderes para assimilar e prepará-lo para a tarefa, ao menos.

Mas não estava pronto o bastante para o que o vento lhe dissera depois. Havia mais chegando. Talvez os demais também pudessem percebê-lo, e por isso estivessem tão agitados. E embora ele não fosse covarde, temeu ao perceber o frio que o ar carregava. Sim, ele era um caçador, e assimilar o poder de outras criaturas era muito bom. Assimilar poderes maiores, então, era magnífico. Mas... havia poderes contra os quais ele próprio hesitava. E era essa espécie de poder que se aproximava, se sua percepção estava correta. Forças que podiam destruí-lo sem dificuldade, contra os quais mesmo sua grande capacidade não queria dizer nada.

A menos que... Sim, ainda havia um meio! Se ele a dominasse antes dos outros... Se fosse capaz de aumentar sua própria força ao consumir a dela... Então, se tornaria poderoso o bastante para enfrentar até mesmo aqueles que se aproximavam! E consumir os poderes deles, também! Então, todo o poder dos demais se tornaria uma presa fácil para ele, e com pouco tempo, poderia desafiar até mesmo o mestre daqueles que se aproximavam...

Tomando o rumo das Minas Antigas a sudeste da Cidade Sucata, Zero saiu da estrada regular deteriorada e ganhou o descampado aberto, enquanto sentia a tempestade se aproximar atrás de si. O troar de cascos e patas no solo era intenso, uma avalanche com vontade própria, e mesmo que não tivesse podido ouví-lo, Zero não teria como ignorar o tremor que chegava a ele pelo solo.

“Danem-se, todos! Vão ter que correr muito mais se quiserem pegar ela!”

O terreno era realmente terrível fora da estrada, que mesmo deteriorada ainda oferecia alguma estabilidade para quem se dirigisse às minas. Na rota alternativa de Zero havia valas enormes causadas pela erosão e tempestades, depressões que surgiam do nada e escarpas de rocha deixadas intocadas pelo tempo e pelo clima. Era com eles, também, que Zero contava para reduzir o número de perseguidores e para dificultar a pontaria de quem quer que disparasse contra eles.

E havia muitos entre os caçadores com a habilidade para tal. As rajadas de chamas dos Místicos começaram a despejar-se sobre eles, e Zero se esquivava como podia. Fosse sobre um tronco de árvore morta sobre uma valeta, sobre uma passsagem irregular de pedra por um rio seco, saltando sobre uma escarpa de pedra até um trecho mais amplo do vale deserto, ele insistiu firme em sua corrida, escapando se era tudo o que podia fazer.

Ouviu o som de um trovão reboando na distância, mas soube que não era o que parecia. Arriscou um olhar de esguelha para a esquerda, de onde viera o som, e enxergou outra imensa Serpente de Fogo irrompendo de sob o solo. Outra vez, a cautela deles em não ferir sua protegida em demasia poupara as vidas de ambos, pois se aquela criatura tivesse se erguido como a outra fizera sob o furgão, nenhum dos dois teria sobrevivido.

Mas o fato de não querer matar a moça com ele não queria dizer que eles permitiriam que ela lhes escapasse. A forma flamejante serpenteou sobre eles, aproximando-se cada vez mais enquanto tentava acompanhar-lhes a velocidade. Sem dúvida com seu tamanho colossal e velocidade estava suplantando muitos dos perseguidores a pé, e certamente até mesmo alguns dos aéreos, mas alguns dos demais eram capazes de acompanhar sua corrida ou atacá-la enquanto seguia.

Para Zero, o mais importante era se manter afastado tanto quanto podia. A Unicórnio ondulava para esquerda e tombava para direita, enquanto disparos dos perseguidores ou um eventual ataque rasante passava sobre ela, perdendo-os por pouco mais de centímetros enquanto ele seguia adiante. Suas manobras evasivas estavam começando a cobrar seu preço; era difícil manter-se mais veloz do que os outros enquanto ficava desviando, mas se deixasse de se desviar, não tardaria para que alguém conseguisse um golpe de sorte.

Para os que podiam acompanhar a perseguição do alto, havia uma grande nuvem de pó e uma revoada de seres de todas as formas e tamanhos imagináveis perseguindo uma pequena nuvem mais adiantada, que seguia uma trajetória mais do que irregular, mas sempre em frente. Toda a atenção de Zero se mantinha no fato de que ele precisava se manter afastado dos perseguidores tanto quanto pudesse, e se indagando quanto tempo isso ainda seria. O medo de ser atingido serenara, substituído por uma certeza de que seria atingido. Só não sabia quando isso se daria, mas pretendia adiá-lo o máximo possível.

O solo estremeceu, e Zero desviou-se para a esquerda numa curva mais ampla, sentindo a urgência de desviar da fonte do tremor. E momentos depois, o que parecia ser uma Grande Hidra esticou-se de sob o terreno rochoso, as várias cabeças guinchando seu protesto na direção deles que fugiam. De fato, Zero quase podia sentir a frustração do grande monstro por não ter conseguido apanhá-los, apesar de seu tamanho.

“Foi mal aí, coisinha, mas antes você chateado do que eu! Heh...!”

As três cabeças mais à direita voltaram-se para a Unicórnio e abriram suas bocas, cada uma soprando sobre eles fogo, gelo e veneno. Zero pôde ouvir o som dos ataques caindo próximos a ele e puxou sua Unicórnio ainda mais para esquerda, se afastando. Pouco depois, um estrondo de colisão e um som mais alto, guinchos e rosnados, e ele entendeu: a Serpente de Fogo que os perseguia também tinha chegado até a hidra, e diferente deles, era grande demais para desviar. As duas criaturas estavam lutando entre si, também. Tanto melhor, principalmente se servisse para tirar da sua retaguarda não só os gigantes, mas os demais perseguidores por aquele lado.

Estava perto agora; quase alcançara as Minas Antigas! Se ao menos conseguisse alcançar aqueles túneis com sua moto, seria fácil seguir um túnel adjacente para longe dali. Inimigos alados o perderiam, os terrestres não poderiam atacar sem o risco de matar aquela a quem procuravam, o cheiro dela se perderia... Talvez ainda pudessem escapar livres da perseguição!

“Se conseguir... Só mais um pouco, e eu consigo...! Anda, gracinha, só mais um pouco...!”

Estava mais próximo agora, podia sentir. Estava chegando, e antes deles! Se aproximava depressa do lugar onde ela estava. E continuava a se aproximar; ela também estava em movimento, e chegando mais perto. A oportunidade era perfeita...! Tinha uma ótima dianteira, teria o tempo de que precisava para apreendê-la, se fosse rápido, apesar de toda a oposição. O primeiro passo seria impedir que continuasse a fugir; já gastara muito de sua força para chegar ali a tempo.

Finalmente conseguira, ele sentiu abaixo de si. Sua moto, pela primeira vez, estava dando a velocidade máxima. Não havia mais o que acelerar no motor, nem outra marcha a ser colocada. Podia perceber as criaturas fechando sobre si mesmo, e não fosse a situação em que estava, talvez pudesse ser grato. Sempre quisera saber como seria correr com a Unicórnio em velocidade máxima, e ao mesmo tempo sabia que nunca o faria sem uma necessidade muito grande... ou sem estar no Grande Cabo. Enquanto se esquivava para ambos os lados, tornando-se pouco mais que um bólido sobre o deserto, Zero sentiu que parecia não ter mais peso, sentiu o quanto tudo parecia passar depressa, e que jamais tornaria a correr daquela maneira de novo.

Foi quando um disparo de chamas finalmente explodiu diante eles, algo parecido com uma grande bola de fogo. E Zero tombou, rolando para reduzir a velocidade da queda e ainda vendo de relance enquanto sua Unicórnio capotava sobre si mesma por sete vezes, e o primeiro pensamento que lhe ocorreu foi como alguém pudera cortar a frente deles se ninguém os ultrapassara até ali.

Tuesday, June 20, 2006

Olá blogueiros! *ao som de Beauty of the Beast do Nightwish* Saudações do Louco!

Sim, estou atrasado. Mas vamos começar mais um capítulo na coisa toda, e ver como vai a confusão com Zero e os amigos.

E aí, torcendo? E, eles pegam a Christie ou não?

Claro q eu sei! Mas não digo ^_^


XXV – A Cavalgada da Unicórnio



Mas aquele não era um ataque ordinário, ou aleatório. As criaturas reunidas ali tinham um propósito, e puderam perceber que aqueles humanos saindo da cidade também a procuravam. Suas rixas antigas e rancores uns com os outros eram fortes, mas nenhum deles era maior do que a profunda perplexidade e irritação contra aquela espécie, a mais jovem de todas e menos capaz delas, que ainda assim dominara seu mundo por tanto tempo. Fora deles que a arquimaga nascera, o poder que todos buscavam, e agora eles finalmente pareciam aptos a aceitá-la entre si.

E se fosse verdade, os humanos tornariam a dominar seu mundo. Contra tal perspectiva os inimigos podiam se unir, mesmo que fosse uma união instável. Só até retirar a arquimaga de sua nova segurança.

Místicos começaram a enxamear sobre aquele círculo fechado de veículos em movimento, diante do qual as forças terrestres não pareciam capazes de encontrar sua presa. Flamejantes, Centauros e outros perseguidores de grande força física estavam se lançando ao ataque mas os Escavadores em cada veículo podiam tombar vários deles à distância com suas armas de fogo, e os veículos tinham suas defesas próprias também, como o furgão de Zero tivera. O círculo de veículos estremeceu com os impactos sobre si, mas não cedeu. No interior dele, enquanto recarregava sua espingarda, Zero ouviu Éderson gritar:

_ Zero, temos que voltar agora! Pegamos eles de surpresa com a carga, mas não vão dar sossego; temos mais chance dentro da Sucata!

_ Tá, tudo bem! – Zero acenou de volta – Dá pra providenciar uma carona pro meu pessoal?

_ O Chalita vai pegar eles, vamos logo! A gente te dá cobertura!

Zero acelerou novamente sua Unicórnio, voltando os olhos para os amigos. Daniel e Melissa estavam subindo depressa num microônibus reformado, enquanto a artilharia dos Escavadores nas janelas garantia a retirada deles. Sua irmãzinha e o namorado dela estavam a salvo. E ele mesmo se encarregou de sua companheira espadachim, que sem dizer palavra subiu na garupa com um movimento rápido.

O comboio dos Escavadores viu nisso o sinal de que precisavam. Como se sempre fizessem aquilo, a formação de veículos se abriu e eles começaram a retornar para as muralhas da Cidade Sucata, abrindo caminho entre os opositores com tiros e com a força dos veículos maiores.

Os atacantes, por outro lado, não tinham interesse nenhum em permitir seu retorno. Sim, tinham sido pegos de surpresa e não tinham dado a devida atenção à massa de veículos que se aproximava, porque suas atenções estavam voltadas para sua presa e para os outros rivais na captura dela, mas todos tinham em comum o objetivo de não permitir que ela retornasse para as muralhas. Mesmo que pudessem apreendê-la por lá, seria uma dificuldade maior do que a de capturá-la ali, em campo aberto, e de terra e ar, e até de sob a terra, os oponentes começaram a enxamear sobre os veículos.

_ Isso... tá começando a ficar complicado! – o velho Chalita sobre o microônibus exclamou, atirando com uma espingarda em um Cascudo, que na Sucata eles chamavam de ‘Besouro Gigante’.

_ Monstros de Além da Fronteira... e já chegaram tão longe! – Daniel admirou-se, lutando ao lado dos três Escavadores sobre o teto apesar de estar exausto – Me pergunto que outros terão vindo.

Apenas Melissa conseguiu entender plenamente a extensão dos pensamentos de Daniel. Se havia muitos dos costumeiros inimigos dele como soldado de Melk ali, ao menos não tinham visto os piores. Não ainda.

E Zero estava dando apoio à caravana de veículos tanto quanto podia juntamente com seus colegas nos veículos menores, correndo ao redor dos maiores e tentando reduzir o número da oposição a eles, mas seus pensamentos continuavam claros, estranhamente limpos, como se estivesse vendo a situação de fora. Não chegariam à Cidade Sucata. Não todos eles, nem ao menos a maioria. Os invasores podiam ter sido relapsos quanto a impedir que ele e seus amigos recebessem ajuda dos Escavadores, mas não eram tolos. Os veículos maiores, necessários para forçar a passagem, não conseguiriam voltar aos muros. E muitos dos que estavam dentro deles também não o fariam.

“Não enquanto estivermos aqui, pelo menos. O alvo deles continua sendo a Christie”.

Ele voltou um pouco o rosto, sua protegida agarrada à cintura dele com um dos braços e a katana firme na outra mão. Eles podiam sentir o cheiro dela, não tinha a menor dúvida, e alguns talvez sentissem o poder. O suficiente, pelo menos, para continuar atrás dela. Onde quer que ela fosse.

Ele tinha chegado a alimentar, por um espaço de tempo curto e tolo, a idéia de retornar mesmo às muralhas da sua cidade e lutar ali. Também estivera um pouco triste por ter que arrastar todos os seus amigos consigo em seu plano final. Agora, talvez...

“Somos alvos bem menores do que o comboio... mas também somos mais rápidos, mais difíceis de encontrar à distância... e somos nós que eles querem. É... vai ter que ser isso...!”

Na liderança do comboio ia Osvaldo, o ‘Tio Ovo’ de Zero e Melissa, um veterano Escavador que estava dirigindo e movendo a lâmina de escavadeira instalada no seu caminhão para atacar e se defender enquanto tentava romper o bloqueio. Pouca coisa podia resistir inteira diante de um veículo pesado e veloz como o seu, mas desde o momento em que procurara voltar à cidade, não conseguira desenvolver muita velocidade. Numa idéia nova, o comboio estava seguindo como uma esteira, os veículos da frente correndo para o final da fila e depois para adiante outra vez, esperando ‘moer’ a coluna de resistência diante deles, mas nem todos os monstros em seu caminho eram facilmente elimináveis, com veículos grandes ou não. E Osvaldo era lúcido o bastante para perceber que a cada recuo, a fila de veículos seguia mais devagar.

“Isso não vai muito bem. Logo, vamos ficar presos uns entre os outros. Esses carros podem acabar virando alvos parados em pouco tempo, e aí...”

_ Osvaldo, olha lá! Eles tão saindo da frente!

_ Quê? – ele olhou feio para Luís, o novato ao seu lado – Você tá maluco, menino? Esse monte de monstro, e você acha que estão...

_ Não aqui na frente, não; lá na frente! Olha lá!

Aborrecido, ele voltou os olhos para onde Luís mostrava, e então comprovou. Estavam, realmente, abrindo fileiras aos poucos. Se aquilo continuasse, não tardaria a poderem abrir caminho...! Mas, como...?

_ O que, catzo, tá acontecendo...?

_ Todos indo pra as Minas Antigas... – Luís olhou para fora – Ô, o que aconteceu? Éder!

_ Ele saiu da fileira! – a voz de Éderson chegou aos ouvidos de Osvaldo na cabine, apesar dos sons da batalha – Aquele idiota do Zero, ele tomou o rumo das minas e saiu da formação! Ovo, a gente tem que ir atrás dele!

Foi o primeiro impulso de Osvaldo também, mas ele se conteve. Zero sabia. Ele próprio não sabia o porquê, mas o filho do Seu Dirceu deduzira que os atacantes iriam atrás dele e os estava levando para longe. Alguns dos atacantes continuavam oferecendo combate a eles, suficientes para que que ainda tivessem dificuldade para regressar depressa à cidade, ou para que dessem perseguição ao Zero. Estavam firmes como uma muralha, fechando-se rápido na rota da fuga. Mas também, estavam reduzindo seu número entre o comboio e a Cidade Sucata.

_ Éder, depressa, avisa os outros pra voltarem pra a cidade o mais depressa que puderem. Forçar a passagem de volta, recolher os colegas dos carros mais estragados, e levar todo mundo que der pra lá. O quanto antes.

_ O quê?! Osvaldo, o Zero foi sozinho pra as minas...!

_ É dele que eles vieram atrás, moleque! – Osvaldo cortou bruscamente – E ele sabia disso! E nós não vamos servir pra muita coisa agora, com um monte de carro pesado atrás dele!

Éderson olhou depressa para os veículos na formação. Deviam ser em vinte e sete ou vinte e oito ao todo, talvez metade deles eram veículos de grande porte. E ao menos sete deles estavam com avarias pesadas o bastante para deixá-los mais lentos ou parados. Osvaldo tinha razão, não estavam em condições de ajudar muito, e Zero sabia que não voltariam para casa daquele jeito.

_ Então, o que nós vamos fazer?

_ Voltar o mais depressa que der, guri – Osvaldo comandou – Vamos largar os feridos e os carros estragados na cidade, e vamos atrás daquele maluco. O mais depressa que for possivel.

Mas até para isso talvez já fosse tarde demais, e os dois sabiam disso. Osvaldo tinha a impressão desagradável de que cancelaria a busca assim que chegasse à Sucata, e Éderson tinha a mesma sensação. Mas não ajudariam Zero em nada tentando seguí-lo naquelas condições.

_ Desgraçado, Zero... Boa sorte. Boa sorte, seu maluco...!

Sunday, June 11, 2006

Puá!!! Olá leitores! Em meio à comoção e à briga, saudações do Louco!

Sim, hoje estou de passagem... e vendo o s carinhas jogar pôquer. Nada mau, mas eu ainda prefiro Yu-Gi-Oh! ^^

Bom, andiemo com a trabalheira ^^ Er... Onde eu tinha parado, mesmo...?

*olhando pro post anterior*

Ah, certo. Zero quer ir sem dever nada (heh... Acho q todos querem, afinal). Belê, vamos q vamos! Forte amplexo do Louco, e espero q continuem curtindo!

(...)


A batalha parecia mais feroz por toda a volta, ou seria apenas poreque ele estava acelerando ao redor dos amigos, para ajudar? Melissa estava afastando um Duende mais afoito que conseguira chegar a ela, e no desespero, a maga negra lançou um feitiço de Impulso para arremessar o monstro algumas centenas de metros para o alto.

Alguns passos à direita dela, Daniel estava lutando por sua vida contra mais cinco ou seis Duendes. Zero aproximou-se dele e interrompeu a corrente de ataque sobre o amigo, parando em meio aos atacantes e mantendo a Unicórnio de freio travado e girando enquanto ele afastava ou derrotava os Duendes com sua espada.

Definitivamente, era a espadachim oculta quem estava se saindo melhor. Quatro ou cinco dos Duendes investiram ao mesmo tempo sobre ela, e a moça tombou dois deles ao mesmo tempo com um movimento rápido de sua mão enquanto recuava, como se pudesse empurrá-los mesmo sem tocá-los, reduzindo para três o número de vítimas do ataque seguinte. Eles a atacavam com certa lentidão, como se não quisessem ferí-la seriamente, e hesitar enquanto investiam contra ela custava caro aos Duendes.

Mas Zero tornou a lembrar, enquanto acelerava novamente sobre os atacantes e separava-se de Daniel e Melissa, que não tinham mais como recuar. Naquele lugar venceriam ou morreriam, sozinhos, enfrentando um número superior de inimigos.

_ Zero!!

Zero abatera mais um Duende, e com certeza não estava preparado para uma surpresa. Não para aquela, de forma alguma. De repente, o som de motores a vapor se fez ouvir por toda a parte, e mesmo os numerosos monstros foram forçados a abrir caminho, porque os Escavadores da Cidade Sucata se aproximaram num comboio, e se Zero em si era um grande atirador, nenhum deles ficava a dever nada a ele em experiência ou perícia. Por toda a volta, caminhões blindados, furgões semelhantes ao usado na escapada e ônibus reformados, além de outros veículos menores que se aproximaram em formação aberta, e com força de ataque demais para serem detidos por qualquer espécie de invasores.

Como aquilo começara, Zero podia se perguntar. Mas ele achava que sabia. Quando ele expusera seu plano e, sob protesto, convencera Laírton a ficar para trás na Cidade Avançada, Éderson também o ouvira. E lá estava o amigo, num dos veículos menores, e sorriu ao passar por ele, liderando um dos flancos do comboio enquanto estes começaram a circular ao redor deles.

“De volta à Cidade Avançada, o plano fora exposto. Cada um deles tinha sua parte a cumprir, e alguns menos satisfeitos com seu dever do que outros. Éderson, particularmente, não tinha gostado nada do que ouvira, e menos ainda de saber que ele não tomaria parte.

_ Mas ô Zero, pera um pouquinho; vão sair correndo da Sucata por quê?

_ Fica fora disso, Éder, que não é assunto seu...

_ ‘Meus’ amigos são ‘assunto meu’ sim, babaca – ele obrigou Zero a deter-se, agarrando-o pelo ombro – Você sabe muito bem que fora dessas paredes, se o que tão dizendo for sério, vocês não duram dez minutos, Zero! Pra juntar os camaradas vai levar bem pouco tempo...

_ Essa luta não é de vocês, Éderson – Daniel interveio, o mesmo olhar resignado de Zero, e Éderson voltou-se para ele.

_ Como assim? Vocês vão encarar, não vão? Uma briga que começa dentro da Sucata...

_ Não começou lá dentro, camarada – Zero cortou, dando um tapinha nas costas de Éderson – Foi bem antes. A gente acabou trazendo essa briga pra vocês; não deu pra evitar.

_ Mas não podemos colocar vocês todos em risco com isso – Melissa sorriu, e Éderson sentiu uma pontada dolorosa no peito ao ver o mesmo sorriso resignado no rosto da amiga. Vivia importunando Melissa e se divertia com isso, mas como a maioria dos Escavadores, ele gostava muito dela. E ela falava como se estivesse se despedindo – Ia ser muita irresponsabilidade. Tudo aquilo que aconteceu na noite passada era só um ensaio do que deve acontecer em breve. Bem em breve, nós achamos.

_ A Sucata sempre se levanta, lembra? – Zero deu uma cotovelada no amigo – Começamos dos restos, e por isso não dá muito trabalho reerguer tudo de novo. Esse é o nosso lema. Podemos perder tudo, ver tudo ser estragado, porque recuperar o que quebrou é a nossa vida. Só o que não dá pra trazer de volta são os colegas que a gente perde de vez em quando. E... não queremos apostar toda a nossa turma da Sucata numa jogada que nós vamos fazer. A briga é nossa, Éder.

_ Mas Zero...

_ Vamos levar o seu furgão, valeu? Até mais, parceiro!

E ele ficou olhando enquanto Zero e os colegas embarcavam, colocavam a Unicórnio a bordo e partiam, tomando o rumo do Grande Cabo. Eles tinham decidido como iam agir, e pensando racionalmente, era a forma correta de agir. Se eles tinham de alguma forma se envolvido numa luta contra todo o tipo de monstro conhecido e até alguns novos, a responsabilidade e as consequências eram só deles. Fim da história.

Isso, quando se pensava racionalmente. Mas Zero tocara em outra parte interessante da mentalidade dos Escavadores durante seu discurso. Eles restauravam as relíquias por gosto pessoal, era seu trabalho e vida, e também uma espécie de hobby coletivo. Por viverem em sua atividade e conhecerem bem o quanto era arriscado, no entanto, eles valorizavam as vidas uns dos outros acima de qualquer coisa, porque seu trabalho era uma prova concreta e diária de que não havia bem material que não pudesse ser substituído ou reparado, não importando o que acontecesse.

“Mas com amigos é outra história...”, pensou Éderson.

E Zero, o filho do Seu Dirceu e da Dona Célia, tinha sido seu amigo desde a infância. Estourado, talvez, mas também positivo, responsável, divertido... Tudo o que muitos deles próprios eram, mas com ‘algo mais’ que todos respeitavam. Todos, exceto o idiota do Vander.

“Legal – Éderson sorriu, correndo para encontrar algum veículo que o levasse de volta à Sucata – Tem um que eu sei que não convenço, então... mas acho que os outros topam ir dar uma força”.

Da entrada do Grande Cabo até a Cidade Sucata era uma corrida de pouco mais de seis minutos para um piloto realmente motivado, e Éderson sabia que ainda precisava reunir todos os colegas que pudesse com urgência, porque o plano daquele imbecil do Zero já devia estar em prática. Era motivação suficiente.

Fazer barulho e chamar atenção dentro das muralhas da Sucata não era difícil, tampouco. Por acostumados que fossem com confusão, os Escavadores tinham um Sino de Aviso na Praça da Cidade para convocações de emergência, e foi soando o sino que ele chamou os amigos para lá. Escavadores experientes e novatos, todos ouviram as palavras apressadas de Éderson, e as perguntas inevitáveis se aquilo era outra brincadeira foram cortadas pelos sentinelas, falando da hoste de criaturas passando pela cidade e indo em direção ao veículo que acabara de sair pelos portões.

E assim começou a investida dos Escavadores da Cidade Sucata. De uma forma impetuosa e alegre, como eles costumavam agir. Não eram tolos; a maioria percebeu que estavam se metendo em um conflito muito maior do que eles, e podiam perceber o risco naquilo. Não era por tolice ou ignorância que se arriscavam, de forma alguma.

Era por um conceito que a maioria talvez nem soubesse nomear corretamente. Era por não conseguir ver um amigo, ou amigos, correndo tamanho risco sozinhos diante de seus portões. Era por achar que, ‘se essas coisas queriam brigar, conseguiram!’. Era pela amizade a Zero, pela solidariedade aos convidados dele, e por gratidão aos feitos de Daniel na noite anterior. Tudo isso reunido, era o que movia a caravana da Cidade Sucata.

Saturday, June 03, 2006

Har, olá piratas! De algum dos sete mares (lutando pra não sentir enjôo, ou vai quebrar a fantasia ^^'), saudações do Louco!!!!

Navegando um pouco antes (é divertido postar enquanto se usa o msn, mas eu quase não consigo prestar atenção ao q tô fazendo, e isso não é muito legal), vamos q vamos com a Christie. Tava feia a coisa semana passada, né?

(...)


Daniel rolou pelo furgão enquanto Zero torcia o volante mais para a direita, saindo da estrada e tomando o rumo dos perseguidores a pé que tinham. A reação a bordo foi instantânea, todos reclamando em alto e bom som enquanto Zero explicou:

_ Hora de um pouco de corrida de obstáculos... Lembrem, o que nós temos que fazer é manter esses caras se batendo mais um pouco! Isso vai distrair eles melhor do que qualquer desvio que eu possa fazer nessa coisa. Só espero que funcione – ele acrescentou entre dentes.

Aparentemente, a técnica teve seu resultado. Os Místicos lá no alto manobraram para voltar na direção do veículo fugitivo, mas ao fazer isso ficaram frente a frente com outros Carniçais, com Vespas e outros perseguidores alados e já começando a confrontá-los à distância como podiam, atingindo e sendo atingidos pelos oponentes e reduzindo sensivelmente a artilharia sobre o furgão, ainda que criaturas em chamas tenham começado a chover sobre o caminho.

Zero tornou a mudar a rota de fuga, e seus companheiros podiam ver o porquê; Flamejantes, Ferais de grandes dimensões e um número enorme de criaturas terrestres deslizavam na direção deles. Ao invés de confrontar a multidão de frente, Zero moveu o furgão para a esquerda como se tentasse fugir novamente.

A lataria foi imediatamente atacada por dardos, ácido e até magia, embora essa com menos intensidade. O que Melissa dissera tinha fundamento, afinal; os perseguidores queriam a fugitiva com vida. Lutando com o volante para fazer a curva, mudar o rumo e não se deixar capotar, Zero tornou a praguejar entre dentes:

_ Saco... Essa era uma boa hora pro Mad estar aqui...! Tá certo, seus infelizes... Hora de receber toda a gentileza de um dos veículos da Cidade Sucata!

Afinal ele retomara a rota de fuga, e baixou com ímpeto uma alavanca à sua direita no painel. Em plena manobra de desvio, um compartimento abaixo do furgão abriu-se e espalhou pregos de cabeça larga, estilhaços de vidro e rochas, fragmentos estilhaçados de metais e todo o tipo de objeto pontiagudo, cobrindo parte da trilha obrigatória para quem viesse por terra.

E Zero sorriu com satisfação feroz ao ver que ao menos alguns dos perseguidores não eram imunes à dor de pisar em tais farpas. E ao cair, eles traziam outros consigo, pois nem todos os que seguiam tinham como evitar aqueles que tombavam diante de si mesmos.

_ É isso aí, seus filhos da mãe! Quem se mete a seguir alguém da Sucata tem que tá preparado pra tomar um capote! Espero que tenha doído!

_ Eles estão... tombando! – Daniel com esforço sentou-se entre os solavancos, e sua parceira o ajudou a aprumar-se para recolocar o cinto de segurança – Zero, você teve algo a ver com aquilo?

_ Os veículos da Sucata têm sempre algum mecanismo de defesa, Dan – Zero respondeu sem se voltar, os solavancos se intensificando enquanto criaturas continuavam a tombar por toda a volta – A gente nunca sabe quando vai ter que lutar com um bando de monstros, né?

E riu então, um riso nervoso e ainda assim alegre, que fez todos os companheiros se voltarem para ele e sorrirem, fosse com a mesma alegria ou o mesmo nervosismo. A missão deles era impossível, e no entanto, estavam resistindo muito mais do que qualquer previsão que tivessem feito. Um dos pneus traseiros, Zero podia sentir, tinha sido danificado durante a artilharia. Estava difícil impedir que o carro puxasse para a direita, onde o pneu traseiro agora oscilava, mas continuava em frente.

E foi então que uma Serpente de Fogo, elite entre os mitos locais, irrompeu sob o veículo em fuga como um geiser. Próxima demais, Zero não teve como evitá-la e o lado direito da cabine ficou seriamente danificado, a roda dianteira direita e e parte do eixo que a fixava derretidos, e o furgão capotou seis vezes sobre si mesmo antes de consumir toda a sua velocidade e aquietar-se, imóvel. E a serpente aproximou-se sibilando e crepitando.

Quando os olhos vermelhos flamejantes da serpente já estavam a pouco menos de trinta metros do veículo tombado, as portas traseiras explodiram para fora, ou foi o que pareceu, e de dentro do furgão irrompeu a Unicórnio de Zero, com seu piloto de arma em punho. A serpente voltou seus olhos para a figura que lhe escapava e Zero disparou duas vezes com a Marcadora de seu pai.

A Serpente de Fogo ergueu a cabeça e guinchou em agonia, enquanto os dois disparos explosivos vazavam um de seus olhos e a faziam rolar sobre si mesma, afastando-se e aproximando-se do furgão tombado ao mesmo tempo, enquanto Zero começava a descrever um círculo ao redor do mesmo. O veículo não podia mais ir a lugar algum, e ele não podia abandonar os amigos para trás. Era naquele lugar que iria resistir, tanto quanto pudesse.

Os grupos de perseguidores pareciam ter percebido que algo incomum estava acontecendo. Seu alvo não deixava mais a área onde estava. Mesmo em meio às lutas internas entre eles, começaram a se acercar de onde o veículo estava.

Sauróides começaram a brotar do solo próximo, e Daniel e sua protegida ergueram-se do furgão tombado, disparando com flechas. Agora que o veículo não se movia mais, o cavaleiro tinha muito mais segurança para atirar.

Da retaguarda, semelhantes a grandes tanques de guerra sobre oito pernas, Espideros avançavam sobre tudo e todos. Descendentes das aranhas selvagens de outros tempos e do tamanho de búfalos, eles investiram sobre o furgão atropelando, devorando e aprisionando em teias a maioria dos opositores, e Zero praguejou. Aqueles ali iam dar trabalho.

Melissa ergueu-se de onde estava, voltando as duas mãos para os Espideros e lançando sua Bala de Canhão, uma coluna imensa dos aracnídeos sendo subitamente empurrada para trás por um aríete invisível. Zero tornou a praguejar; ela precisaria fazer aquilo mais umas cinco vezes antes que começasse a fazer diferença, e mesmo que sua irmãzinha pudesse fazê-lo, o esforço iria acabar com ela.

Zero acelerou, tomando o rumo das aranhas. Ele não sabia o quanto delas podia abater, não sabia se algum grupo dos outros seres ia cair sobre elas também e reduzir seu número. Não tinha a menor idéia de coisa alguma, e de certa forma, aquilo dava um certo consolo. Por alguma razão ele lembrou-se de quando se lançara sobre a porta amuralhada de Melk, pouco antes de irromper para fora, quando vira pela primeira vez uma batalha na fortaleza, e um sorriso torceu seus lábios. Pensar demais era ruim, especialmente naqueles momentos. Fazia a margem de erro aumentar demais.

Duendes começaram a aparecer entre os Sauróides, alguns os atacando e travando em combate com eles, outros avançando depressa sobre o furgão onde estava. Numerosos como formigas, de estatura baixa e humanóides, mas de pele esverdeada e feições de diabretes, eles correram para o abrigo provisório, e Daniel lançou uma última flecha antes de largar o arco e bradar:

_ Estão chegando!

Sua lança veio adiante para encontrar os dois primeiros Duendes e lançá-los para trás sobre os colegas, enquanto uma espada foi desembainhada a seu lado. Sua protegida também largara seu arco, e de forma nenhuma ficaria para trás. Ele sorriu. Era bom saber que poderia contar com a ajuda dela naquela batalha.

Melissa voltou-se. Os Duendes estavam em pleno combate com Daniel e a espadachim, e os dois certamente podiam enfrentá-los, mas não havia como os dois sozinhos fazerem frente ao número de oponentes que ainda conseguia chegar.

Olhou para trás. Zero passara rente a um dos Espideros, a espada longa talhando uma das pernas da criatura enquanto sua Unicórnio o tirava de alcance. E ele não viu que outra das aranhas gigantes estava numa posição favorável para prendê-lo numa teia.

Zero estava prestes a fazer a volta para investir sobre os Espideros novamente quando uma Bola de Fogo passou sobre sua cabeça, e então ele viu outra aranha guinchar de dor em chamas. Voltou-se para onde viera a magia, e viu Melissa acenar. E também viu que seus amigos tinham sido alcançados por um pelotão de Duendes; pouco importava o quanto fossem habilidosos, eles eram apenas três.

E acelerou, disparando novamente na direção do grupo. Sua protegida estava em segurança relativa em comparação a Melissa e Daniel, e ele sabia exatamente o que fazer. À distância viu seu amigo Daniel cambalear, a lança na mão esquerda vacilando enquanto o punho metálico da semiarmadura que lhe tinham dado na Sucata derrubava mais um atacante, e mais dois ergueram suas próprias lanças para o golpe final.

Dois disparos da Marcadora de seu pai jogaram as criaturas para trás, e Daniel aproveitou a vantagem para afastar mais deles. Os Duendes ficaram surpresos com a intervenção por tempo suficiente para render uma pequena vantagem aos defensores.

No espaço de duas batidas do coração, a espadachim derrubou seis guerreiros à sua volta; Daniel tornou a se pôr de pé e agarrou um dos Duendes com a mão direita, arremessando-o sobre os colegas, e tornou a empunhar a lança. Melissa parou ao lado dele e tornou a lançar sua Aura Magnética, forçando a massa de atacantes uns sobre os outros.

Mas ela ofegou. Feitiços eram desgastantes, e ela mal estava tendo tempo de respirar entre um e outro. Não poderia manter aquele ritmo para sempre. Daniel olhou para ela, e tornou a avançar. Melissa lhe garantira uma vantagem, e não poderia continuar por muito mais. Então, ele devia tirar o máximo proveito que pudesse do que já tinha. E sua companheira espadachim parecia pensar da mesma forma, avançando ao lado dele.

Os Duendes estavam começando a se colocar de pé quando o cavaleiro e a espadachim tornaram a atacar, e desta vez não estavam sozinhos. Um veículo barulhento de duas rodas caiu entre eles e deslizou de lado. E Zero deteve-se por um instante, sacando a Marcadora para abrir o tambor vazio e colocar um completo nela, com a destreza que só os Escavadores tinham.

E os Duendes guincharam, pondo-se de pé e atacando. Afinal de contas, era só um alvo a mais.
Zero sacou também a sua Quatro-Tiros, e com uma pistola em cada mão ele abriu fogo. Dos dois lados, oito dos Duendes tombaram logo depois de se reerguer, antes que sua munição acabasse.

Eles tornaram a atacar quando ele guardou as duas pistolas... e Zero puxou das costas a espingarda que seu pai lhe dera, também, apontando para diante de si mesmo e atirando, tornando a abrir algum espaço em meio aos Duendes com o arco amplo de tiro. Destravou a arma e tornou a disparar, e mais dos Duendes tombaram.

Os demais vacilaram por um momento. Ele tornou a guardar a espingarda; não teria tempo de recarregar, e sabia disso. Puxou a espada longa e acelerou novamente, fazendo a Unicórnio saltar para frente e arremeter novamente enquanto comandava:

_ Vocês dois, de volta pro carro! Vai ser mais fácil manter posição do que avançar pro meio deles!

Provavelmente era sua última ordem, e sabia disso. Tanto fazia. Ao menos, pensou com um sorriso, estava fazendo uma boa luta. Não iria para o outro mundo devendo nada, então.