Tuesday, November 29, 2005

Pelos poderes da Caveira Cinzenta, eu sou autor!!!

Olá leitores. Saudações do Louco ^_^

Então, Zero acaba de terminar com mais um desentendimento com seu desafeto favorito na Cidade Sucata. Mas, como desgraça pouca é bobagem, isso ainda não terminou...

Tomara q vcs gostem ^^

(...)


A compreensão transpareceu no rosto de cada Escavador ao redor, Melissa incluída, enquanto Zero despreocupadamente agora guardava sua arma.
_ ‘Volta ao Mundo’? Tem dó, Vander, a gente fazia isso com ioiô quando era moleque, vai dizer que não lembra? A diferença é que um ioiô não dispara por acidente, se a gente não fizer direito, e nem mata quem estiver por perto durante uma demonstração. No máximo, acerta a testa de um ou outro.
_ O que está acontecendo por aqui? – uma voz áspera perguntou por trás do grupo, se aproximando a passos largos – Ah, não, é você outra vez, Zero?
Roque Batista parou pouco afastado do rapaz, que sorriu e fez uma reverência curta sem tirar os olhos do diretor.
_ Seu Batista, como é que está? Tudo bem por aqui enquanto estive fora?
_ Já voltou? O que está fazendo aqui?
Zero teve dificuldades em reprimir o riso. Estava parado diante do homem, e ele perguntava se já tinha voltado; depois os outros o acusavam de não ser sério... Se refazendo como podia, ele respondeu com o máximo de objetividade que podia, olhando para os ferimentos:
_ Sangrando, senhor. Posso ir até uma enfermaria, ou pra minha casa?
_ Não até me explicar que estouros foram aqueles! Que sons parecidos com tiros eram os que eu acabei de ouvir?
_ Hmmm... Foram dois?
_ Foram!
_ Altos, espocados, parecendo tiros?
_ Exato!
_ Então, acho que foram tiros mesmo.
Mais de um Escavador virou o rosto, contendo o riso diante da expressão cinicamente séria de Zero, enquanto Melissa punha a mão direita sobre os olhos. Naquele estado, mal havia voltado para casa e já estava criando caso novamente...! Batista tinha muito pouca paciência, como ele faria bem em lembrar.
_ Está tentando ser engraçado comigo, garoto?
_ Ué, não! Só respondi o que me perguntou, seu. Provavelmente, você ouviu os tiros que eu dei na arma do Vander.
_ Você... – Batista engasgou – Você atirou num colega?! Dentro da Cidade?
_ Nah, não atirei ‘no’ Vander, atirei na ‘arma’ do Vander – e olhou para Vander com a expressão de quem teve uma boa idéia – Se bem que, agora que o senhor mencionou...!
_ Não se atreva! – Batista esbravejou – Ah, Deus do céu, três semanas de sossego, e mal ele põe os pés aqui dentro, tudo recomeça! Tem idéia do que vai acontecer com você?
_ Olha, seu Batista... – Zero cambaleou um pouco – S-se não me deixar... ir dar um jeito nessa sangueira toda... e-eu acho que vou...
Melissa prontamente apoiou o amigo, que deu a impressão de tombar. No ato, mais três dos Escavadores próximos juntaram-se a ela, e também os colegas de viagem, apenas Christabel mantendo-se à parte. Batista ficou parado, olhando para o que acontecia com ar de confusão e impaciência. Estava prestes a dizer alguma coisa quando Melissa ergueu a cabeça e disse, com ar de alívio:
_ Ah, Seu Dirceu!

Wednesday, November 23, 2005

Oi gente blogueira, leitora e... *olhando pra fora e ouvindo o som dos trovões, espelhando os relâmpagos* molhada de chuva. Saudações do Louco!

Então, né... com o tempo úmido e tempestuoso lá fora, e com meu modem tremendo de medo de levar outro chocão, vou deixando algo da Christie pra vcs. É, Zero pode ser muito sério se falar do assunto certo...

Amplexos do Louco


(...)
_ E então, Zero? – Vander guardou a pistola uma última vez, sorrindo ousadamente para o rival – Consegue ou não? Você faz tanto farol de ter conseguido a sua com pouca idade, deve ser capaz disso, não? Vamos lá, vai dizer que não consegue?
_ ... Acho que não – Zero retrucou depois de um instante de silêncio, para surpresa de todos – Desisti dessas coisas quando vi que não conseguia dar uma ‘Volta ao Mundo’.
_ Hein? – Vander franziu o cenho – Do quê está falando?
_ Ué, vai dizer que não sabe? – Zero sorriu com o canto da boca – ‘Volta ao Mundo’, o movimento mais difícil pra se fazer com uma pistola. Você saca depressa, gira ela duas vezes no dedo e joga pro alto. A idéia é que a pistola caia de volta no coldre, encaixadinha e quieta, como se você nunca tivesse tirado ela de lá. Tentei por umas semanas, mas me enchi de ver que não conseguia e parei; perdi o gosto por essas coisas de brincar com a pistola.
Mais de um dos Escavadores olhou para Zero com estranheza, e Melissa mais do que todos.
_ Zero, eu não sabia que você...
_ Que tal uma aposta, Vandão? – Zero ergueu a mão para silenciar a colega, sempre mantendo os olhos no outro – Você tá bem prático com isso, pelo que eu vi. Acha que consegue dar uma ‘Volta ao Mundo’ de primeira? Assim, de sopetão? Faça isso, e minha pistola fica pra você. Tô duvidando.
Vander olhou desconfiado para Zero. Aquilo parecia bom demais para ser verdade; Zero ganhara aquela pistola do próprio pai fazia algum tempo. Não parecia próprio dele correr tal risco.
_ Você... Apostaria a pistola que seu pai te deu? É mentira.
_ É verdade, rapaz – Zero sacou sua própria pistola, exibindo-a por um instante e então repondo-a no coldre – Tô prometendo na frente de todos os Escavadores aqui, e mais dos meus colegas de viagem. Acerte o movimento de primeira, e te deixo a minha quatro tiros. E vou além; te faço a munição pro resto da vida, até que ela quebre. Sem reclamação, sem condições. Ou será que tem medo de não estar com essa bola toda?
Uma chance de humilhar Zero totalmente, e uma provocação à sua coragem ao mesmo tempo; Vander não saberia como resistir a tal coisa. Melissa e Sari olhavam com preocupação para Zero, Daniel e Laírton com olhares intrigados, como a maioria dos Escavadores ao redor. Apenas Christabel suspeitava de algo mais, e surpreendeu-se ao perceber o quanto sua atenção pudera ser atraída por aquela tolice. Mas havia algo de incomum no modo de Zero agir, algo que quase parecia... sombrio, muito diferente dele. Talvez Vander tivesse algum tipo de percepção das intenções, também, porque ainda hesitou.
_ E o que... O que eu vou precisar fazer, se errar? Você não ia fazer isso de graça.
Zero sorriu mais abertamente, e Sari achou que se parecia com um dos Ferais que tinham enfrentado pouco antes.
_ Você não vai acertar.
Vander fechou o rosto de imediato. Podia não conseguir, mas não estava arriscando coisa alguma; Zero não dissera o que queria, e ele poderia contar com todas as testemunhas depois para dizer isso em seu favor.
Respirando profundamente, ele sacou a pistola de sopetão, girou-a duas vezes no dedo...
... e lançou-a para ao alto, abrindo o coldre para apanha-la, olhando para cima.
E Zero, ainda mais rápido que ele, sacou a própria pistola e utilizou os dois tiros que ainda tinha para balear a arma de Vander, assustando a todos com o barulho, e fazendo a arma do adversário tombar alguns metros para o lado, terrivelmente danificada.
Vander tombou ao chão, assustado, e todos os outros Escavadores se encolheram por instinto, bem como Melissa e todos os colegas de viagem de Zero. Com exceção de Christabel, que sorriu disfarçadamente sob seu capuz. Interessante.
_ P... Por quê você fez isso, seu maluco?! – Vander gritou, a mão direita esticando-se discretamente para recuperar a própria pistola – Estava querendo me matar?
_ Nem tenta – Zero apontou a pistola para a mão de Vander, que a recolheu – Você podia pegar ela, mas tá estragada. Arranquei o gatilho e vazei o cano de disparo; você pode consertar em alguns meses.
_ Meses?? – Vander apertou os olhos, com raiva – Seu despeitado, tudo isso porque eu consegui uma arma...
_ Tudo isso porque você é uma besta – Zero apontou a pistola diretamente para o rosto de Vander – Essas coisas não estão aqui de enfeite, e nem pra ficar fazendo micagens, Vander. Pistolas são pra salvar nossa vida, e a dos colegas quando for preciso. Escavador nenhum puxa uma delas pra ficar fazendo bonito pra quem tiver por perto. Se alguém é culpado pelo que acabou de acontecer, é você mesmo. Foi o único que engoliu essa história idiota que eu inventei; até a Melissa, que é mais nova aqui, sabe que eu nunca fui de fazer gracinha com pistola.
A compreensão transpareceu no rosto de cada Escavador ao redor, Melissa incluída, enquanto Zero despreocupadamente agora guardava sua arma.

Wednesday, November 09, 2005

Olá, gente q lê, escreve, estuda... Ah, bem, olá pra todo mundo, faça o q fizer. Saudações do Louco! ^^

Enfim, eles chegaram à Cidade Sucata. Mas, é bom lembrar, os problemas ainda não terminaram...


(...)
A Cidade Sucata, como seu próprio nome parecia implicar, dava a impressão de um lugar montado a partir de ruínas e com muito pouco capricho. As casas tinham aparências surradas e poeirentas, como o próprio solo era. Em sua maioria, eram feitas de madeira ou tapumes aprumados, embora algumas delas parecessem ter uma ou duas paredes feitas de pedra antiga. Os telhados eram de metal, folhas antigas desamassadas, ou então telhas e azulejos montados sobre caibros ou lajes.
_ De alguma forma, me parece uma versão maior de Garland. – comentou Laírton.
_ Muito diferente da organização de Melk, até onde posso ver – Daniel olhava em volta, num misto de admiração e desnorteamento pela desordem das coisas – Melissa, você...
E então percebeu que a maga negra estava com Zero, e os dois estavam sendo efusivamente cumprimentados pelos Escavadores. Claro, ele não devia se surpreender, uma vez que ela também era conhecida ali como colega de Zero. Mas, fosse como fosse, ele sentia-se um pouco excluído ao ver a atenção que ela estava tendo, e a forma como ria animadamente ao contar e ouvir o que se passara em sua ausência.
_ Não faça essa cara, amigo Daniel – comentou Laírton – O que estava esperando? A Cidade Sucata foi o segundo lar de Melissa, deve se lembrar. É natural que ela fique entusiasmada por estar de volta, não?
_ Sim, eu sei, Laírton... – Daniel ainda estava olhando para ela, sem poder evitar o aborrecimento – Só preciso de algum tempo para... me acostumar com a idéia, acho.
_ Serei a única a lembrar que não estamos aqui a passeio? – Christabel indagou num tom impessoal, e Sari retrucou:
_ Francamente, será que você só sabe reclamar? Como pode ficar indiferente diante de tudo isso? – e mostrou as casas à sua volta – Duvido que mesmo você já tenha visto algo semelhante à Cidade Sucata, Christabel, ainda que em seus sonhos.
_ É fácil para você falar, caçadora, já que não há nada restringindo sua força – Christabel cortou bruscamente – E gostaria que lembrasse de não usar meu nome neste lugar.
_ Bem – Sari corou um pouco, por se deixar apanhar de guarda baixa assim – e como deveria falar, então? Você decerto não prefere me ouvir usando o apelido que Zero te deu?
Christabel silenciou por um instante, a expressão pesada disfarçada pelo capuz sobre seu rosto. Mas respondeu:
_ De preferência, não se dirija a mim.
_ Vocês duas, já chega – Laírton interrompeu – Isso não é hora ou lugar para discussões tolas.
_ Não me lembro de ter dito que iria obedece-lo, Irmão Laírton – Christabel comentou, voltando sua atenção para o Religioso.
_ Minhas mais sinceras desculpas – Laírton murmurou, aproximando-se para poder baixar a voz – Se eu soubesse que era desejo de Sua Alteza causar uma confusão e chamar a atenção de toda a Cidade Sucata para sua pessoa, principalmente quando ainda não cumprimos nossa missão, teria me mantido quieto.
Christabel detestou a serenidade de Laírton, e o fato de ele estar certo. Não tornou a retrucar, mas lembrou para si mesma em silêncio que não faltava muito para que removesse aquela tiara, e para que deixasse de ouvir ordens de outros. E Daniel comentou, sempre atento a Zero e Melissa:
_ Algo não vai bem. Vejam, os outros Escavadores parecem preocupados. E aquele recém-chegado não parece ser amigo dos dois.
De fato, Zero estava olhando com uma expressão incomum para o recém-chegado, Vander, enquanto Melissa olhava desconfortavelmente para o amigo e para o outro, lembrando-se do que houvera antes que fossem para Melk.
_ Olha só, Zero – exibiu a cintura, onde o coldre de uma pistola pendia – Consegui uma pra mim, também. Você não é mais o único Escavador da nossa idade que desce pros túneis com uma dessas na cintura.
_ Não – Zero admitiu, o rosto inexpressivo como a voz – mas ainda sou o único com cérebro pra usar ela lá embaixo.
Alguns risos nervosos correram entre os Escavadores, enquanto a expressão de Vander pareceu turvar-se por um momento. Mas ele tornou a sorrir.
_ Se tem tanto cérebro, como é que não consegue fazer isso? Vamos lá, quero só ver!
E começou, ao sacar a pistola, a gira-la no próprio dedo com habilidade, torcendo-a na mão e agitando o braço direito enquanto o fazia, no que parecia ser uma demonstração de destreza. Mais de um Escavador no entanto abriu espaço, Melissa incluída, apenas Zero e o próprio Vander sem sair do lugar enquanto o rapaz punha a arma de volta e tornava a tira-la depressa do coldre, mostrando quão veloz podia ser para sacar. Os olhos de todos os presentes, incluindo os quatro companheiros de viagem de Zero e Melissa, estavam fixos na arma de Vander. Zero, no entanto, mantinha o olhar congelado no rosto do outro.